sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Exerto de jornal: Petista.

extraído de jornal em Londrina - FB da Folha Política.
Petista:


É o cara que se escandaliza com Bolsonaro, mas não vê problema algum em Graça Foster, em Dilma, em Lula.
É o cidadão que se preocupa com os centavos da passagem de ônibus, mas ignora os milhões da Petrobras.
É a moça que defende o aborto, mas considera a palmada um crime hediondo.
É aquele que odeia os judeus e quer a destruição do Estado de Israel, mas faz campanha contra o racismo e xinga os adversários de nazistas.
É aquele que acusa Bolsonaro de ser apologista do estupro, mas ignora o professor que defendeu o estupro de Rachel Sheherazade.
É aquele que chama empresário de sonegador, mas aceita a maquiagem fiscal da Dilma.
É aquele que protesta quando morre um traficante, mas festeja quando morre um policial militar.
É aquele que não se importa em destruir a vida do adversário, se isso for importante para a causa.
É aquele que passa a odiar sua cidade quando a maioria não vota em sua candidata.
É aquele que chama o caso Celso Daniel de "crime comum"
É aquele que usa a expressão "ação penal 470" para se referir ao mensalão.
É aquele que prega a estatização do financiamento eleitoral.
É aquele que usa a palavra "estadunidense".
É aquele que tem uma grande simpatia pelos nanicos da linha auxiliar do PT.
É aquele que não vê nada demais no fato de o PIB per capita da Coreia do Sul ser de 32 mil dólares e o da Coreia do Norte, de 1.800 dólares. Afinal, a Coreia comunista é mais igualitária.
É aquele que apoia o movimento gay, mas também apoia o regime cubano, que já fez campos de concentração para homossexuais.
É aquele que acredita em governo grátis, mesmo quando o País trabalha até maio só para pagar impostos.
É aquele que odeia a censura, mas quer o controle social da mídia.
É aquele que faz tudo para acabar com a família e a igreja, pois sabe que elas são os principais focos de resistência ao poder do Estado e dos movimentos sociais.
No fundo ele sabe que o país está sendo saqueado, exaurido, violentado - mas diz que o problema é o Bolsonaro.
É aquele que nunca perdoa.
Publicado originalmente no Jornal de Londrina

(Eu chamaria de outra coisa.)

Minoria Radical Muçulmana? tem calculadora aí?

http://www.oantagonista.com/posts/dilma-rousseff-e-incalculavel

Dilma Rousseff é incalculável

O governo acabou de anunciar que, em 2014, o Brasil teve um déficit de 17,2 bilhões de reais. É um rombo inédito. É um rombo histórico. O primeiro dos últimos 20 anos. Vamos recapitular o que aconteceu com a meta fiscal de Dilma Rousseff ao longo do ano:

1) Em janeiro, prometia-se um superávit de 116,1 bilhões de reais.

2) Em agosto, o superávit previsto já estava em 80,8 bilhões de reais.

3) Em setembro, criou-se a possibilidade de diminuir o superávit para 49,1 bilhões de reais.

4) Em dezembro, atropelando o Congresso Nacional, Dilma Rousseff reduziu o superávit para 10 bilhões de reais.

Resultado final: déficit de 17,2 bilhões de reais. Repetimos nosso mote carnavalesco: o Brasil de Dilma Rousseff é incalculável.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Salmonela em Répteis


Devido a uma reportagem publicada no dia 12 de março de 1997 no jornal O GLOBO (RJ), sobre o recente surto de salmonelose em pessoas relacionadas com a criação de répteis em cativeiro nos EUA, tenho recebido regularmente telefonemas de pessoas aqui no Brasil que compraram animais e estão apreensivas quanto ao potencial de transmissão da doença entre as pessoas, portanto tentarei explanar algumas observações a respeito do assunto. Os dados emitidos nesta matéria estão baseados em informações científicas, cujas referências estão em seguida, entre parênteses. Para qualquer informação extra, dúvida ou sugestão, faça contato comigo.
Salmonella é um gênero extenso de enterobacteriáceas, ou seja, bactérias encontradas normalmente no trato gastrintestinal de insetos,aves, mamíferos e répteis. No caso de répteis, estão comprovadamente envolvidos as iguanas (Frye, Frederic L., 1995) e outras espécies de lagartos (Hinshaw, W.R. and McNeil, 1974), e serpentes (Hinshaw, W.R. and McNeil, 1994). De acordo com Martin Toly, epidemiologista do New York Departament of Health, também foi constatada em monitores (lagarto) e pítons (serpente). Os sintomas incluem febre, dor estomacal, náuseas e diarréia, além de vômitos. Pode causar um quadro de gastroenterite e, caso se estabeleça na corrente sangüínea, causa septicemia (infecção generalizada), meningite, encefalite e osteomielite, podendo levar à morte. Mesmo que um animal carregue a bactéria, apenas uma minoria dos 2.000 sorotipos conhecidos da mesma pode ser perigosa para seres humanos, e entre elas, apenas a Salmonella typhi pode ser transmitida de pessoa para pessoa (Miller et al, 1995). De qualquer forma, há poucas chances de seres humanos em estado físico normal contraírem a doença, que atinge mais facilmente crianças de idade inferior a seis anos, os idosos e as pessoas imunossuprimidas, ou seja, com doenças como o câncer, tuberculose ou a AIDS. Um fator muito importante para o controle da doença consiste em se observar medidas básicas de higiene, como o simples ato de lavar as mãos depois de manipular qualquer tipo de animal, inclusive cães e gatos domésticos. Apesar da transmissão ser dificultada por todas as barreiras acima descritas, não se deve ignorar a possibilidade de contágio, pois, apesar de mínima, há chance da doença acontecer e uma pequena porcentagem de pessoas contaminadas virem a falecer. Em um estudo feito em 1991 por Miller de casos de Salmonella em seres humanos, entre 12.748 casos registrados, 49 foram fatais, ou seja, 0,38%, uma percentagem pequena, mas significante.
As primeiras relações entre Salmonella e répteis foram observadas no início dos anos 70. Desde esta década até hoje pesquisadores observaram cerca de 250.000 a 300.000 casos de salmonelose adquiridos pelo contato com tartarugas verdes (vide Frye; Volk et al.), o que levou em 1975, a U.S.F.D.A., agência governamental americana responsável pelo controle de qualidade de medicamentos e alimentos, a vetar a venda de tartarugas aquáticas menores de quatro polegadas (10 cm), tamanho onde era possível que as crianças pudessem colocá-las na boca, vindo a contrair a doença, prevenindo uma possível contaminação de 100.000 casos anuais, estimativa da própria agência. De acordo com Martin Toly, apenas uma pequena percentagem (10% de casos) de salmonelose em seres humanos está relacionada com répteis nos EUA, portanto, nós devemos nos preocupar muito mais com a Salmonella transmitida por verduras e frutas, carne bovina e principalmente frango, ovos, queijo e leite contaminados, artigos que adentram bem mais facilmente em nossas casas do que a Salmonella transmitida por répteis, cuja manipulação deve obedecer a regras óbvias de higiene. No Brasil, não é artigo raro nos jornais casos de infecção alimentar causada por Salmonella em restaurantes e presídios, devido à contaminação na alimentação, que pode ter acontecido em determinado produto (por exemplo, ovos contaminados na própria granja) ou na hora do processamento da comida, por falta de higiene na hora do preparo. Apesar disto, fatos como estes passam com pouca notoriedade pela maioria do público, o que não acontece no caso de animais ditos como "diferentes" por certas pessoas (tentando ser brando, ao colocar a opinião da maioria das pessoas a respeito de répteis).
O parágrafo anterior não exime de responsabilidade as pessoas que têm contato direto ou não com répteis, mas visa retirar uma possível sensação de alarme que matérias de jornal possam infundir, de forma intencional ou não, pois as pessoas que me contatam geralmente se mostram bem assustadas com a hipótese de contrair a doença. A terrariofilia no Brasil está começando e deve acontecer de forma inteligente e baseada em pesquisa científica para que haja evolução. Às pessoas que me procuram antes da aquisição de serpentes ou iguanas procuro explicar que este tipo de atitude requer um certo grau de responsabilidade. Criar répteis requer respeito e pesquisa por parte da pessoa interessada, pois são animais "Tabus" para a maioria das pessoas. Nunca se deve sair à rua com seu iguana de estimaçãoporque você sabe que não há risco para ninguém. As pessoas têm medo e, irracional ou não, este deve ser respeitado.
As informações aqui contidas não saíram apenas do que eu entendo a respeito de Salmonella, seja em répteis e outros animais, bem como em produtos alimentícios industrializados ou in natura. São partes de artigos publicadas em periódicos especializadas em herpetologia, bem como material coletado em homepages especialmente preparadas para educar as pessoas sobre o problema. Caso haja necessidade de outras informações, contate me, procure veterinários especializados em zoonoses, dentro de centros municipais, bibliotecas e outras fontes de informação confiáveis. Analise e pese as informações obtidas e daí desenvolva seu próprio ponto de vista, firmado em esclarecimentos obtidos de fontes confiáveis. Abaixo vão mais medidas úteis. Leia com atenção e passe adiante aos interessados:
Pessoas que não devem manter contato com répteis:
  • Bebês e crianças abaixo de cinco anos de idade.
  • Qualquer indivíduo que porte doença que afete negativamente o sistema autoimune (HIV/AIDS, Câncer, etc.).
  • Qualquer indivíduo que esteja sob terapia de rejeição ou sob período pós-cirúrgico.
  • Pessoas sob terapia supressora do sistema imune (quimioterapia, radioterapia, corticosteróides, modificadores biológicos, etc.).
  • Mulheres grávidas, devido ao risco latente de contaminação fetal.
  • Idosos, convalescentes e pessoas em baixo estado nutricional.
Medidas úteis para evitar riscos de se infectar ou se tornar portador assintomático de Salmonella:
Medida óbvia:
  • Após manejar animais de terrário ou equipamento relativo, lavarbem as mãos com sabão, ensaboando por 30 segundos e enxaguando com bastante água. Dê preferência a um sabão antibacteriano. Lavar somente com água é ineficaz contra Salmonella.
  • Répteis, bem como demais animais da casa, devem ser mantidos à distância da cozinha ou de locais onde seja preparada alimentação ou esta seja armazenada/servida.
  • Não use material de cozinha para limpar objetos relacionados a répteis e demais animais. Caso se prepare alimento para animais, estes devem ser preparados em vasilhames da cozinha e depois levados ao local do terrário, onde devem ser despejados na vasilha dos animais, estritamente sem contato.
  • Não coma enquanto cuida dos animais e dos terrários. É ANTI-HIGIÊNICO!
  • Mantenha o terrário e demais materiais sempre limpos, pois higiene é fundamental para eliminar não só Salmonella, mas todos os tipos de bactérias.
  • Crianças com menos de 12 anos devem ser sempre supervisionadas enquanto manuseiam répteis, pois não devem beijar ou levar a mão à boca enquanto estiverem em contato com os mesmos. Além disso, répteis precisam ser manipulados com respeito e cuidado.
  • Educar as crianças sobre medidas de higiene. Répteis são ótimos para se educar a respeito de lavar mãos e não colocá-las na boca, além da função de educação ambiental.
  • Não manuseie répteis se você estiver com feridas e machucados ou cortes nas mãos. Luvas de manipulação são facilmente compradas em farmácias e lojas de artigos hospitalares. São baratas e úteis até para limpeza de outras fontes de contaminação, como pias e banheiros, onde os riscos de contaminação são bem maiores que os oferecidos pelo seu lagarto.
  • Caso seja necessário utilizar boxes sanitários para terminar a limpeza do terrário ou dar banho em seus animais, desinfete o local depois com água sanitária ou soluções bactericidas comerciais.
Vale ressaltar que:
Répteis não combinam definitivamente com pessoas irresponsáveis, anti-higiênicas, exibicionistas e ignorantes. Ignorância é um fator limitante para 99% das atividades humanas comuns, sendo, com certeza, imperiosamente desnecessária na correta manutenção de répteis em cativeiro.
Rotas de transmissão outras fontes de Salmonella:
  • A forma mais comum de se adquirir Salmonella é a ingestão, ou seja, por via oral.
  • Feridas e cortes ou demais machucados nas mãos.
  • Respingos de água contaminada nos olhos e boca.
  • Inalação de aerossóis, portanto a aeração de ambientes é necessária. Antes que os leitores se levantem eu explico, terrários tropicais devem ter umidade alta e ventilação também, como o restante dos aposentos. Isto é essencial para a correta manutenção de seus animais, pois a umidade alta favorece aumento de microrganismos. Um ambiente adequadamente ventilado deve ser borrifado com água constantemente.
  • Fezes de animais são fontes constantes. Limpe imediatamente.
  • Alimentos mal cozidos são fontes de contaminação! Cuidado com carne de frango, bovina, suína, leite, queijo e ovos.
  • Restaurantes suspeitos quanto às condições de higiene devem ser evitados. Evite maioneses e verduras cruas em bancas de cachorro quente.
  • A terra contém as mais variadas cepas de bactérias e fungos. Evite mexer com terra, caso mexa, lave as mãos imediatamente.
Como foi observado, 90% do que está escrito acima não é novo para você. Você já deve ter ouvido a maioria das coisas acima descritas pela sua própria mãe, pois são regras básicas de higiene, regras estas muitas vezes ignoradas, gerando alto índices de contaminação bacteriana e verminótica nas pessoas das mais variadas classes sociais, o que já não é notícia nos jornais por aqui. Mas a recente entrada no comércio dos répteis e anfíbios começa a ser notícia difundida e devido à natureza dos animais e falta de informação de grande parte do público, pode causar transtornos desnecessários às pessoas engajadas em trabalhos sérios nesta área.
Dicas:
Não compre animais que não sejam legalizados.

CUIDADOS BÁSICOS COM SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO Tartarugas e jabutis



   Apesar de proibido pelas autoridades ambientais do Brasil, o comércio de animais selvagens sempre esteve acessível a qualquer pessoa, bastando ir aos locais conhecidos por todos para adquirir qualquer espécie da nossa fauna. O simples fato de existir esta proibição faz com que as pessoas não queiram se expor, evitando assim contato com profissionais qualificados a fornecer informações necessárias a respeito do seu animal. Geralmente estes animais , quando sobrevivem, apenas sobrevivem, ou seja, a qualidade de vida que levam é péssima, impedindo que eles tenham um crescimento normal , se reproduzam para perpetuar a espécie e não vivam todo o tempo possível.
   Ao adquirir um animal selvagem ou pensar em fazê-lo, leve-o ao veterinário para que ele possa fazer os exames preventivos de saúde ou tirar dúvidas quanto à alimentação e manejo. Sempre que seu animal estiver "diferente", leve-o rápido ao veterinário qualificado de modo que possa ser restabelecida a sua saúde e, caso você tenha dúvidas a respeito de alguma coisa entre em contato com este profissional.

Tartarugas terrestres - os JABUTIS
   Jabutis pertencem a ordem Chelonia a qual estão incluídos todos os jabutis, tartarugas marinhas e cágados aquáticos. São animais conhecidos pela sua lentidão (o que, obviamente é questão de ponto de vista) e infelizmente pela sua resistência que é colocada à prova por pessoas desinformadas ou pouco interessadas em seu bem estar, entregando estes animais a crianças muito pequenas, em recintos sem alimentação adequada ou água limpa, ou ainda em espaço incompatível com sua vida. Já vivenciei casos onde pessoas colocam filhotes de jabuti em travesseiros de criança para curar asma e os deixam ali por meses para a asma "passar" para o jabuti. Há os que vivem somente à base de alface, ficando desnutridos e com raquitismo grave do qual não vão se curar completamente nunca. Outros deixam jabutis no mesmo espaço que cães e gatos o que é um prenúncio de desastre iminente quando estes são mordidos e as vezes despedaçados. Caso você tenha um animal e não possa dar atenção, alimento e espaço adequado, arrume outro dono pois mesmo que o seu jabuti não grite, ele também sente dor, sofre e merece respeito como qualquer animal.
   Jabutis pertencem ao gênero Geochelone, o qual no Brasil possui duas espécies, a saber o vermelho, Geochelone carbonaria, que existe com variações de tamanho e coloração pelo nordeste, centro oeste sudeste e sul do Brasil, e o jabuti amarelo, Geochelone denticulata, menos comum, pois só existe na região amazônica e geralmente é maior que o vermelhinho.
   O vermelho vive em diversos ambientes, desde florestas atlânticas, cerrados e caatinga, enquanto o amarelo está localizado na região de floresta equatorial/tropical.
Ambos possuem hábitos semelhantes de andar á procura de alimento, que em natureza se constitui de folhas fibrosas, bagas, flores e frutas caídas (pois é óbvio que jabuti não sobe em árvore), além de restos de carniça! Bebem muita água e sempre que possível fresca de córregos. Nunca se aventuram a nadar pois afundam depois de algum tempo, como pedras.

Espaço para viver
   Como já disse acima há necessidade de espaço para seu jabuti andar, aliás note como suas patinhas se assemelham às patas dos elefantes, que são animais que muito andam, daí já dá para ter uma idéia que eles precisam de quintais para viver bem.
   Outro dado importante é que os jabutis vivem em terreno firme de terra onde suas patas se erguem retirando seu plastrão, que é o casco de baixo, totalmente do chão, portanto, se o seu jabuti vive arrastando o casco e tem as patas deitadas será por falta de terreno onde se apoiar com firmeza (talvez sua casa seja de tacos ou piso azulejado o que irá deformar seu animal, talvez para sempre). Procure fornecer piso adequado para que seu animal não fique defeituoso ou se arraste pelo chão. Outra coisa importante é para quem tem apenas fêmeas ou casais, eles precisam de terra de jardim para que as fêmeas coloquem ovos pois se estas não acharem onde enterrar seus ovos ficarão acumulando ovos no corpo e podem morrer. Caso você tenha casais e veja sua fêmea enterrando ovos, desenterre com muito cuidado, sem virar os ovos de posição (você pode marcar em cima com lápis para nunca virar), coloca-los em um recipiente forrado com papel amassado para não mudar de posição e levar para incubar com pessoas que lidem com répteis (procure informações com seu veterinário) pois embora não pareça, os jabutis são uma espécie em perigo de desaparecer.

Alimentação
   Quase nunca as pessoas fornecem alimentos adequados aos jabutis e por isso me deparo com animais seriamente doentes por carências de vitaminas e minerais. Ou me deparo com a velha estória do jabuti que come cocô de cachorro, o que acontece é que só lhe oferecem folhas de alface, aí ele tenta conseguir se alimentar com algo melhor, quando é obrigado a ingerir as fezes dos cães para ter proteína na dieta.
   Proteína é fundamental para o crescimento dos jabutis. Para endurecimento do casco deve ser fornecido cálcio em quantidades adequadas, além de banhos de sol da manhã(porém, não torre seu jabuti no sol do meio dia!).
   Abaixo vão sugestões de dieta para seu animal viver feliz e bem saudável:
1. Vegetais - 85% da dieta diária
Folhas de mostarda, de beterraba, agrião, couve, rúcula, salsa, salsão, brócolis, espinafre, repolho, amora, cenoura, pétalas de rosas, hibiscos (tanto pétalas quanto folhas), sementes de feijão branco e feijão verde, ervilhas, lentilhas, milho, e legumes variados, como a cenoura, beterraba, vagens, abóboras, batata doce, etc.

2. Frutas - 10% da dieta diária
Uvas, abacate, maçãs, pêras, abacaxi, morango, manga , mamão, todos os melões, banana, tomates, figos e melancias, amora, nectarina, etc.

3. Proteína animal em altas concentrações - menos de 5% da dieta diária
Ração canina seca ou ração felina ou ração de papagaios ou tofu ou sardinha com ossos ou camundongos abatidos ou ovos cozidos com casca.

Tartarugas aquáticas - os CÁGADOs
   Trata-se de animais que vivem em rios, possuem corpo adaptado para nadar, com carapaça  delgada e membranas entre os dedos, para facilitar o nado. São animais ágeis e em natureza somem na água ao menor sinal de aproximação de alguém, por isso são chamadas de “sliders” em outros países, pois elas deslizam ao menor sinal de perigo em potencial.
   Os cágados são animais que vivem praticamente todo o tempo na água ou próximo dela, mas necessitam ter a opção de sair dela quando precisam. Já soube de pessoas que mataram tartarugas afogadas por colocarem-nas em locais onde era impossível sair para o sêco, fazendo-as nadar sem poder descansar.
   Estes animais vivem na água mas não o tempo todo. Só peixes dormem e descansam nadando, pois tem estrutura para isso.
   Existe algo que é necessário dizer que pode chocar algumas pessoas que possuem tartarugas aquáticas: TARTARUGAS AQUÁTICAS SÃO CARNÍVORAS !  Talvez seja esta a razão que muitas pessoas observam suas tartaruguinhas morrerem após longas 2 semanas oferecendo alface( que é um VEGETAL!) como alimento.
   É claro que animais carnívoros vão se alimentar de folhas se depois de muito esperar só forem oferecidas folhas, pois tentam não morrer de fome de algum jeito.Na natureza elas comem peixes e insetos aquáticos, larvas de mosquitos, vermes e outros invertebrados.

Espaço para viver
   O ideal para a manutenção de tartarugas aquáticas é um lago artificial, coisa que nem todo mundo tem condições de ter em casa, mas o mínimo necessário para manter estes animais é um aquaterrário, ou seja um local que reúna uma parte sêca, com terra e areia, para se preciso seu animal colocar ovos e uma parte com água de altura no mínimo 2 vezes maior que o tamanho total dela, pois, se virar de barriga para cima, terá espaço para desvirar sem correr risco de morrer afogada por não consiguir fazê-lo. Deve possuir também um tronco ou rampa lisa para subir para a parte sêca quando quiser tomar sol, o que é fundamental. Esta rampa deve ser lisa para não danificar o plastrão, que é a parte de baixo do casco. O tamanho ideal para este local é de 4 ou 5 vezes o comprimento de seu animal. Só para avisar: Tartarugas aquáticas, quando alimentadas corretamente ficam com 45 centímetros de casco!
Alimentação   Ração comercial para tartarugas aquáticas, ração comercial para carpas, camarão, camarão dessecado(TetraÒ GammarusÒ), neonatos de camundongos ou adultos, dependendo do tamanho da tartaruga, peixes de aquário vivos, minhocas , lesmas, ração comercial para cães e gatos, insetos (grilos, baratas tenébrios).
   O mais importante é variar o conteúdo da dieta de forma a fornecer uma variedade de nutrientes que possa suprir as necessidades de seu animal. Adultos devem comer de duas a três vezes por semana para evitar obesidade, e filhotes comem todos os dias esta dieta variada.

   Conte sempre com o veterinário para esclarecer dúvidas. Nós estamos á disposição para que a vida com seu animal de estimação seja plena de alegrias e satisfação.


Ademar L. G. do Couto
 Médico Veterinário
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Os Dez Erros Mais comuns que aficionados em terrário costumam praticar em seu início:

Os Dez Erros Mais comuns que aficionados em terrário costumam praticar em seu início:

Erro número um: “Depois de comprar eu descubro o nome desse bicho”

O entusiasmo faz com que as pessoas excedam em seus atos, principalmente quando a oferta é escassa, no caso dos répteis isso tem sido uma constante, e então, antes que alguém faça uma oferta melhor ou mais rápida, a gente acaba se antecipando, não apenas ao comprador da fila, mas aos cuidados com o próprio animal e suas necessidades. Pessoas existem aos montes que compraram lindos filhotes de Burmese Python (Python molurus) sem lembrar que aquele lindo animalzinho irá, em menos de dois anos atingir a marca de 2,5 metros, facilmente e aí a coisa vai complicar muito, pois a mãe, pai ou o irmão que divide o quarto não tem a menor obrigação em se sentir ameaçado diariamente com um animal potencialmente perigoso.
Outro clássico exemplo é o de pessoas que compram Water dragons (Phisignatus coccincinus) pensando serem iguais a iguanas no que tange ao manejo alimentar e de ambiente, e quando seu animal está quase morto, lembra de aparecer em meu consultório à espera de um milagre e não de um veterinário. Aí descobrem que, diferente dos iguanas, seu Water dragon é um animal insetívoro (animal que se alimenta de insetos) com base alimentar, e de acordo com o nome, é animal semi-aquático, o que explica um monte de coisas estranhas que vinham acontecendo antes, com o porque destes animais serem encontrados desmaiados dentro da vasilha de água, e ao serem pegos, voltam repentinamente á vida (quem teve Water dragons deve saber do que estou falando). O mesmo acontece com jabutis e cágados, cuja alimentação é completamente variada, apesar da semelhança na aparência.
É muito importante fazer seu dever de casa antes de adquirir um animal cujos hábitos você não conhece ou “supõe” conhecer, pois pode ser muito tarde ao se descobrir que as condições oferecidas são inadequadas para sua sobrevivência e for tarde demais para recuperar completamente a saúde deste seu réptil/ anfíbio ou mamífero/ ave, pois não são poucos os casos destes animais que aparecem para consultas “desesperadas”. Já adquiri animais que sabia não poder mantê-los, com a intenção imediata de passar para pessoas realmente habilitadas, pelos mais variados motivos, mas nunca o fiz por vaidade ou por “achar que vai dar”. Junto com o erro número 1 vai a regra número um de quem milita no ramo: Faça seu dever de casa.


Erro Número Dois: “Depois eu aumento o espaço do terrário”

            Ao adquirir um animal, você deve saber quais serão os requisitos necessários em termo de tamanho das instalações onde planeja que ele se aloje. Nem sempre sobra dinheiro para que no futuro, uma melhor adaptação seja feita. Junte-se a isso o fator comodismo e o fato de que seu animal nunca reclama verbalmente (e você só se sensibiliza com manifestações verbais) e o tempo vai passando, passando, você descobre que o dinheiro para o novo local não veio, seu animal continua calado, sem reclamar, e ao sair na rua descobre que seus amigos já se lembram de você como o cara que cria “Bonsais de répteis” ou coisa parecida no seu quarto. Tudo bem se você acha que isso será a nova técnica de criação na área, mas nem seus colegas, nem seu bicho e nem eu concordamos com sua teoria. São inúmeros os casos de animais com problemas causados pelo mau acondicionamento, variando de acordo com as espécies e táxons. Um exemplo muito ignorado é o da constipação em boídeos, devido ás dimensões diminutas do terrário, que impedem o exercício regular e a melhor formação do bolo fecal, causando problemas como o endurecimento das fezes no intestino e a possibilidade perigosa de ter que se resolver o problema com cirurgia celomática. Animais com trauma rostral são coisa muito comum para quem tem iguanas, e basiliscos em terrário inapropriado, seja por dimensão ou por mau arranjo de estruturas e isso pode desenvolver até para infecções generalizadas e morte.
            Costumo observar que a montagem de um bom terrário, muitas vezes é mais dispendiosa que o próprio animal, mas a vantagem é que, se esta for planejada para durar, sem necessidade de reformas ou novas estruturas, este terrário suportará bem seu hóspede e não mais precisará ser investido dinheiro para que seu animal viva bem. Geralmente construções saem bem mais baratas que reformas amplas. Segunda regra: Pense na frente, pense no futuro. Invista uma única vez, mas invista direito.



Erro Número Três: “O bicho tá bem. Quem precisa de veterinário?”.

            Vários fatores externos e internos podem fazer com que seu animal se apresente bem ou mal, no momento de sua aquisição. O stress da captura, do transporte, do acondicionamento em grupos e da superpopulação, da competição por espaço, abrigo, comida, etc. tudo isso vai influir no comportamento e na saúde de seu animal antes da sua aquisição. Um ponto importante que as pessoas não costumam observar é que animais selvagens possuem dentro deles a necessidade de transparecer em perfeito estado de saúde, quando confrontados com outros de sua espécie ou na presença de supostos predadores, pela simples razão de evitar confrontos, seja de origem hierárquica, competitiva ou predatória, pois predadores gastam menos energia para capturar animais doentes ou velhos/ fracos. Logo, aparentar fraqueza é convidar um possível predador ou rival para se aproximar. Mais uma dica: uma doença leva algum tempo para se instalar no organismo de um animal. Esta mesma doença pode estar clinicamente visível ou em vias de aparecer, e dependendo do estado geral de seu animal e de suas reservas de energia, seu quadro ao aparecer vai ser gradual, permitindo uma intervenção terapêutica de sucesso provável ou um quadro fulminante, trazendo dor para todos, devido á dificuldade de salvar, geralmente culminando em perda, por inviabilidade em termos de custos financeiros ou de material, esforço e técnica, necessidade de internação e de tratamento intensivo. Leve seu animal ao veterinário ao adquiri-lo e periodicamente. Ele pode necessitar e nem sempre você vai saber disso. Neste caso, ainda não considero uma regra, pois há algo importante para dizer e assim complementar o que tenho a dizer sobre o erro número 3. Basta ver o erro número 4, logo abaixo.


Erro Número quatro: “Serve qualquer veterinário? Um veterinário de cães já resolve o problema?”.

             Não. A não ser que este profissional seja especializado na área de atuação requerida, no caso, animais selvagens, pelo menos. Devido á gama de espécies, e com esta gama uma mais complexa gama de necessidades, comportamentos e peculiaridades, torna-se complicado para um profissional sem experiência na área de animais selvagens proceder a um exame clínico consistente e completo em seu animal. As técnicas clínicas submetidas a estes animais diferem muito das procedidas em cães e gatos. Os exames clínicos variam um pouco e os tratamentos terapêuticos são completamente diferentes, portanto não se arrisque e procure um profissional que vá resolver seu problema, e não te causar outros. Infelizmente tenho atendido casos de problemas causados por profissionais inabilitados para a clínica de animais selvagens, principalmente répteis, como erros de diagnóstico, inclusive de estruturas anatômicas fundamentais, de definição sexual, de terapêutica inadequada e até de uso de drogas que podem matar o animal em questão, pois certos remédios podem ser fatais para determinadas espécies de répteis ou aves, e até de mamíferos selvagens. Caso você necessite de um clínico de répteis ou de mamíferos/ aves exóticas, procure informações com um veterinário esclarecido, que possa fazer uma indicação segura. Procure avaliar o profissional indicado, examine se há clientes de animais selvagens freqüentemente no consultório, se ele demonstra conhecimento ao pegar seu animal (veja se ele sabe identificá-lo), procure literatura especializada no consultório, procure fotos, pergunte se ele já tratou algo semelhante, se ele tem familiaridade com procedimentos clínicos ou exames de laboratório. Estas coisas já dão algo para uma rápida formação de opinião á respeito.
Ao atender estes animais em meu consultório na primeira vez, eu recomendo sempre determinados exames e de acordo com o caso clínico, a estes exames deverão ser associados outros mais complexos. Pergunte sempre ao profissional da necessidade de se avaliar laboratorialmente seu animal. A familiaridade com procedimentos clínicos ou de diagnóstico pode ser um fator positivo na identificação de quem realmente sabe do que fala. Regra número três (agora completa): Leve seu animal selvagem recém adquirido ao veterinário especializado em animais selvagens. E leve seu animal periodicamente ao veterinário para check ups.



Erro Número Cinco: “O Complexo Luz Del fuego”

      Existem coisas que todos sabem, uma delas é que répteis causam as mais variadas sensações nas pessoas. A maioria destas sensações é relacionada com medo. Não importa o quanto eles possam ser inofensivos, não é disso que estou discutindo.  Amo este táxon e entendo o orgulho que a gente sente de criar um animal exótico desde neném e torná-lo um animal sadio, manso e sociável, mas isto não me dá o direito de empurrar na garganta de alguém na rua o meu lindo animal. Os motivos são os mais variados, e isto inclui o pânico que certas pessoas possuem por répteis, a má propaganda causada pelos sujeitos que insistem em dizer que não há problemas em desfilar por aí em shoppings ou escolas, ruas, ou seja, lá onde for com sua linda serpente de 2 metros ou seu lagarto de língua azul. Sabemos que no meio do hobby existem as mais diferentes pessoas, desde o mais rígido nerd, cheio de espinhas e que não vê a luz do sol há 15 anos, passando pelo playboy consciente, o ecochato castrador, que diz que “ter serpentes pode, mas só se não for venenosa”, ao tipo “macho man” que adora se exibir e fica muito mais empolgado quando exibe as cicatrizes que o Tyson, seu niloticus de estimação causou ao ser pego para tomar banho ás garotas que passam, sem perceber o nojo causado. Répteis não são comuns, atualmente seu comércio está proibido ( a importação), seu animal está sujeito á ser averiguado quanto á documentação no meio da rua, o que causará a impressão de que você está fazendo algo ilegal para quem passa, além da impressão de que você quer a todo custo chamar a atenção para si, a clássica SIDA ( Síndrome do Incrível/ Insustentável desejo de chamar a  Atenção), muito comum em pessoas mal resolvidas quanto á necessidades de carência, que em nosso meio eu costumo chamar de “complexo Luz del Fuego”, aquela bailarina de gostos duvidosos que costumava só aparecer com uma Jibóia no pescoço. De qualquer forma, a maior e a mais séria razão para não sair com seus répteis na rua é a de que eles terão, fatalmente que sofrer stress de mudança de ambiente e oscilação térmica, corrijam-me se eu estiver errado. Uma das coisas mais maravilhosas que eu tenho aprendido com animais selvagens é que quando você toma para si a responsabilidade e o privilégio de cuidar de um, você se torna deus para ele, devendo suprir satisfatoriamente todas as suas necessidades alimentares, de conforto térmico, de abrigo, de saúde, reprodutivas e etc., portanto, o principal passa a ser o que eles precisam e não o que você quer. Se você acredita de outra forma, esta deverá ser a última vez que você lerá a minha coluna e, no que depender de mim, estou lhe convidando para se retirar deste texto e dos meus próximos, pois você está na festa errada, desculpe a franqueza. Descargas de Raios matam cerca de 1.000 pessoas por ano nos EUA, picadas de abelha matam cerca de 400 pessoas por ano, mordidas de cães domésticos fazem muitos milhares de acidentes, alguns com morte, Picadas de serpentes venenosas matam cerca de 10 pessoas por ano, apenas. Os acidentes de carro têm sido os maiores responsáveis por morte na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, MAS O FATO É QUE AS PESSOAS NÃO TÊM MEDO DE CARROS E SIM DE COBRAS! Já deu para entender? Espero que sim, pois a próxima regra, número 4 é que répteis causam medo em determinado tipo de pessoas. Evite sair com eles na rua.

Erro Número Seis: “Minha iguana adora mamão, não adianta dar outra coisa que ela não quer, logo minha iguana só come mamão”.

            Este pensamento é um dos que me tem causado mais problemas na clínica de animais exóticos, pois é de uma lógica relativa para quem aceita o fato de que os animais vão procurar o que é de melhor para se alimentar. Isto não ocorre somente com iguanas, mas é comum com tartarugas, jabutis, papagaios, araras, leopard geckos, e mais um monte de cães e gatos cujos donos são fracos demais para decidir quem toma conta de quem. O fato é que em natureza as coisas são diferentes quanto á busca pela sobrevivência. Vamos exemplificar: uma iguana na natureza acorda meio entorpecida pelo frio da madrugada, rasteja até uma posição privilegiada onde possa aquecer, leva alguns minutos para estar suficientemente ativa e aí vem a fome. O animal passa a procurar alimentação. Em sua lista de prioridades estão as frutas suculentas e doces, folhas suculentas e doces caindo para frutas suculentas, folhas suculentas, frutas e folhas amargas e amargas e secas ficam por último. Aí elas se deparam com uma sombra do alto e fogem rápido de um possível falcão faminto e o repasto fica para depois. Depois, devido ao tempo perdido e ao aumento do apetite e da concorrência, só tem pra comer folhas amareladas e secas, o que acontece? Ela come o que tem. E isso é a realidade de quem vive na “linda e bela natureza”, ou você achava que aparecia um garçom de hora em hora servindo salgadinhos para todos? A Natureza, á despeito do que os ecochatos queiram dizer, não é uma festa. A realidade de um animal em cativeiro é outra. Tem comida todo dia, comida variada e suplementação vitamínica e mineral, e aí dá para escolher o que for mais apetitoso. Caso o que interessar não venha, a gente faz beicinho por 2 dias e logo somos atendidos.
O final disso é uma dieta pobre em nutrientes e as carências nutricionais vão se instalando insidiosamente até tornarem-se visíveis até para o dono cuidadoso, que, se tiver a chance e a disposição, leva ao veterinário, que tem que resolver o pepino. Tornando as coisas mais fáceis de entender, aí vai a Quinta regra: Animais comem o que gostam, sempre que podem. Animais devem comer o que precisam e não o que gostam de comer. Se não fosse assim a bóia dos hospitais seria melhor, não acham?

Erro Número sete: “Répteis não reclamam, logo não sentem dor”.

Tenho me deparado com situações diversas no meu consultório, algumas cômicas e outras trágicas. Ë engraçado ver pessoas colocando roupinhas em jabutis, letreiros na porta do terrário de seu teiú ou algo que o valha, contanto que não atrapalhe a vida deles. Certas horas me deparo com situações absurdas, como a do cliente que, ao tirar o carro da garagem, passou por cima do jabuti e sentiu que ele quebrou todo, mas, como achou que ele estava morto, deixou para lá. E deixou para lá mesmo, só indo ver após 7 dias o porque o animal não estava fedendo, e deparando com o jabuti vivo ! O trágico disso é que, mesmo ao chegar no consultório, este proprietário não aventou a possibilidade do animal estar sofrendo em momento algum. Ao examiná-lo, dava para observar que o animal se contorcia de dor, do mesmo jeito que quando se aplica uma injeção, ou se debrida uma ferida os animais, inclusive os répteis, sentem dor.  O caso necessitou de cirurgia de emergência e o animal ficou bem, para quem ficou curioso com a história. Eles vem de vez em quando só para visitas regulares. Não acredite em técnicas veterinárias do tipo ”só vai levar um segundo”, pergunte se não há a possibilidade de se utilizar meios e técnicas para o controle da dor, pois quem gosta de sentir dor é cowboy e não os meus pacientes, posso garantir. Vale uma regra número 7: Animais sentem dor, frio e fome, apenas não expressam isso verbalmente. Seja sensível para entender suas necessidades.

Erro Número Oito: “O Brasil é um País Tropical”
            Deixe-me completar, “abençoado por Deus e Blá blá blá”..., Logo, eu não preciso me preocupar com a qualidade térmica que ofereço aos meus répteis/ anfíbios, pois este país é tropical. Devido a pensamentos como este, os problemas de erro de manejo acontecem, pois o nosso país é privilegiado em termos de temperatura, mas em determinados locais, e isto pode variar de acordo com o local, com a época do ano e, principalmente, de acordo com a espécie de animal que temos escolhido. Sei de locais em que, para determinadas espécies o monitoramento térmico é completamente dispensável, principalmente se as condições de espaço no terrário são plenamente satisfatórias, mas isto não quer dizer que a responsabilidade deva diminuir por parte do proprietário e caso as coisas saiam do controle, não adianta culpar ninguém. As pessoas que obtiveram mais sucesso na criação de répteis em cativeiro são as que procuraram manter o ambiente de seus animais o mais controlado possível, em se tratando de temperatura, umidade e limpeza. Criar estes animais requer tempo, conhecimento e dedicação, não dá para fugir disso. Um fato que põe fim nesta discussão é que se você quiser que as coisas saiam do controle no terrário, basta confiar que este país é tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza ( que beleza...), o azar é todo seu ( e do seu animal também).

Erro Número nove : “ Meu animal não come porque está para hibernar ”

            Há várias e inúmeras causas para que um réptil/ anfíbio venha a entrar em estado de hibernação. Animais de climas frios necessitam entrar em processo hibernativo para poder sobreviver em natureza a fases e climas inóspitos e desfavoráveis á sobrevivência da espécie, alguns necessitam hibernar para completar o ciclo reprodutivo, favorecendo a maturação dos gametas (células sexuais), e na maioria das vezes os dois fatores aqui expostos atuam juntamente, trazendo no final da hibernação a época de reprodução.
            O ponto é que, nem sempre a falta de apetite pode ser um indicativo de que animais estão em processo de hibernação, ou mesmo em processo de semi-hibernação (vamos chamar de processo de estivação), além do fato que, nem todos os répteis necessitam entrar nestes processos, bastando, muitas vezes uma brusca queda de temperatura e umidade, ou até uma queda gradual, dependendo do local de origem da espécie, para que eles entrem em franco desenvolvimento reprodutivo, portanto nem sempre a falta de apetite pode ser causada por processos metabólicos normais. Muitas vezes o que ocorre são doenças que podem expor seu animal a riscos de vida, caso não diagnosticada a tempo, ou determinados alimentos oferecidos não se encontram em boas condições de consumo, estragados ou com produtos químicos de sabor o cheiro desagradável, ou até devido á insistência do mesmo alimento, os animais enjoam deste ou daquele prato oferecido, coisa comum com determinados tipos de camaleões, por exemplo.
            Na dúvida, o ideal é fazer um check up com o veterinário especializado, talvez sendo indicado um exame de sangue ou outro exame qualquer, dependendo da avaliação clínica e da história relatada sobre as condições de manutenção de seu animal ou do quadro evolutivo da doença. Não espere o “final da hibernação” para descobrir que seu animal já atravessou a linha vermelha e nada mais pode ser feito. Na dúvida, procure conselho de profissionais especializados nesta área. Quanto aos animais que sabidamente hibernam, estes o fazem em determinadas épocas do ano e devem ser colocados em hibernação quando em totais condições de fazê-lo, ou poderão nunca retornar deste processo. Vale mais uma vez o conselho de procurar ajuda especializada.

Erro Número dez: “Meus animais vivem juntos em perfeita união”

            Raras as espécies de répteis que vivem agrupadas, quando isso ocorre, geralmente é em determinada época do ano, por motivos de procriação ou por necessidade de nichos de hibernação e estivação. Na maioria das vezes, os répteis são animais solitários, e ás vezes até anti-sociais. Esta fase anti-social/territorialista se desenvolve próximo á época de maturação sexual, ou na época de procriação, por motivo de disputa de fêmeas, território e local para oviposição. Dentro de um terrário, isto pode ser notado quando há decréscimo de peso ou de movimentação de determinado animal, a não ocupação de determinados pontos, principalmente de basking ou de água e daí vão aparecendo os problemas de crescimento de animais de mesma idade, doenças e etc. em alguns casos existe uma boa tolerância entre as espécies, mas o proprietário deve ficar de olho em todo o comportamento e atitude dentro de um ambienta controlado. O princípio geral é de se alojar animais individualmente, havendo algumas exceções, bastando para isto, ler e conhecer mais sobre seu animal.

            Provavelmente as dúvidas vão surgir e deverão ser sanadas com literatura e experiência própria e adquirida por amigos e profissionais.

Encontro-me á disposição para responder quando souber e desde já quero dizer que o Doutor Ademar Couto não sabe tudo e não vai ser o responsável pelo seu animal. Herpetologia é um ramo muito novo, a clínica de répteis está em constante desenvolvimento e o que eu tenho hoje como o correto pode mudar em 6 meses ou menos.
A responsabilidade de procurar e saber e fazer e descobrir algo sobre seu animal, garantindo seu bem estar é sua, sendo o médico apenas mais um veículo para possibilitar que isso aconteça.
Hoje nós temos a chance de fazer a coisa da forma correta, evitando os erros cometidos pelos precursores deste hobby que tem um cunho científico inegável, aprendendo com os erros por eles cometidos e evoluindo cada vez mais e da forma o mais ética possível. Sendo assim eu me coloco á disposição em qualquer coisa que eu possa vir a ser útil.

         



 Ademar L. G. do couto

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Bilhete de aniversário do Zé

Nunca atrasado. Nunca inoportuno.

Sempre inquietante e apaziguante, aturem o oxímoro, mas temos que aprender a conviver com este tipo de "paradoxo natural" (bem natural de onde vem...).

Agradeço a Deus pelos amigos que tenho e pela imagem superdimensionada que procuram ter a meu respeito.

Levo no meu coração o respeito e a consideração com que sempre me recebem, ainda que alguns prefiram guardar outro tipo de consideração, mas que não pode ser carregada no mesmo lugar, talvez nos bolsos. E bolsos furam.

Não quero me alongar nos problemas e nas pessoas. elas optaram pelo que querem ser e pagam o preço. Talvez mais barato que o nosso, mas nós não suportaríamos pagar estes valores pois pagamentos são trocas de valores por... valores!



Prefiro mil vezes este tipo de condescendência do que a falsa e inútil bajulação que muitos nos dão.

O tempo está passando para nós e curiosamente estamos permanecendo. E permanecendo no caminho.

Está aí a idéia de solidez que procuro.

A solidez daqueles que, contra as marés deste mundo flutuante preferiram agir separadamente do mainstream e mostraram que padrão intelectual não pode ser adquirido sem a aquisição do padrão moral. Aristóteles já sabia disso.

Dragões não são criaturas lendárias. É só saber onde procurar.

Sua mensagem me traz honra e alegria.











"DEMA" (caro Ademar Couto), claro que é TRIVIAL para VOCÊ, e SELETOS AMIGOS, o meu velho esforço em "esvaziar lagos com a caneca que puder"...especialmente sobre a parte de "Interpretação de Mapas Metabólicos & Medicina Comparada"!

Aliás, sempre foste "um Cavaleiro e Cavalheiro", com "Raciocínios Côngruos", e do mesmo "Exército"!

Tudo que vivemos, sempre envolveu "Semiologia e Terapêutica Filogenética"; "Micro e Macroevolução de Receptores Moleculares para Substâncias Farmacoativas"; "Centros de Origem do Complexo Principal de Histocompatibilidade" e "Rejeição de Protocolos Engessados"!

"Velho Dragão Marinho", não esmoreça agora, porque enquanto o último "Guerreiro Honrado" continuar a se erguer (já que toda "Batalha Justa", é contínua nos planos seguintes), "Deus sempre será por nós"! Sem essa, de "Crise de Crenças Individuais" (não somos fanáticos, mas somos firmes) e a "Espada Retórica" pode ser ainda mais afiada que a física!

Fica "Firme", porque não perdemos nada (ainda)!...

Talvez, sejam necessários, apenas, novos "Sistemas com Fatores Entrópicos Diferentes"!

"Preciso que entenda que, alegoricamente ou não, jamais deixaremos de ser Cristãos ou Samurais por isso"! "Os Corínthios se cansaram de Paulo" (era chato mesmo) mas, "por que haveria de ser julgada a minha/nossa Liberdade pela consciência alheia"?

Sendo assim, caso alguém queira passar seu endereço, para receber em casa, o "Kit de pedras, cravos, marretas e cruz (da Revell) para montar", a fim de me apedrejar e/ou crucificar, pelo que ainda vou dizer (tentarei entender)!...

"Argh! Muitos Arcanjos cansaram e viraram Demônios"! Aturar o papo de Santo extraterrestre, também é dose: "Gabriel e Miguel eram alienígenas, pô"!...
Bem, "Especialistas e Especialidades" falsas, significam o mesmo!
Enfim, qualquer um pode entender coisas triviais, para cuidar de qualquer doente. Mas os conhecimentos adquiridos para uma espécie, precisam ser extrapolados para a espécie mais próxima filogeneticamente!

"Cladogramas Bioquímicos", quando entendidos, mostram falhas em quaisquer "Processos Homeostáticos" e a "Busca Diagnóstica e Terapêutica, é pelo mais parecido"!

Aí, ocorre a "LIBERTAÇÃO", pode-se "Estudar as Diferenças" e adquirir o "Hábito Estequiométrico de Superar Erros"!

Não ocorre isso no meio Acadêmico e o Mercantilismo prevalece: "Especialidade em Medicina de Animais Selvagens é Falsidade Ideológica mesmo" e é a "responsável" pela grande venda de cêra para "caras de pau" (pois é, muitas denúncias chegam até o PROCOM! Ministério Público, eu não sei)!

Credenciamento Legal & Técnico? Existe? São realmente adequados? O Produto é que não existe, como é vendido!

E quem sabe examinar VIDA, só sabe para uma espécie? Ou vai ter que aprender para cada uma?

A Lei 5517/68, orienta a formação de generalistas? Sério?!

Mesmo que eu não dissesse, qualquer um poderia pensar na bobagem que está sendo vendida (principalmente quem comprou), e que esse "Telhado de Vidro" é muito frágil!

Bem, o difícil só fica fácil quando vira rotina! Se pensar, não for rotina, o que há para se dizer?

"Os Deuses (que dizem estudar Vigostky) entendem a distorção, só que mentem": POR INTERESSE EM LUCROS, MAS O TELHADO CONTINUA SENDO DE VIDRO! As Virtudes efêmeras de Arcanjos são chave de cadeia!...as de Deuses então!...
A situação agrava mais ainda, porque não podem admitir erros e sujar de "Uratos" (saídos de suas áreas escusas) os seus "polidos e refrescantes" pedestais de "Divinas Plumas & Paetês"...e nem terem a ovipostura afetada (já são "afetadíssimos e muito entendidos", claro)!

Ora, não perceber (portanto) uma PORRA de um "Sopro Holossistólico", mesmo sem lembrar do exemplo lúdico: "Vôo PAM 345 LEVÓGIRO" (esquerdo), descrito por Santos Dumont (?), num Tigre, Jacaré, Harpia, Cavalo ou Cão, nos faz menos Médicos Veterinários e menos Especialistas em Fauna? Nos faz menos Generalistas?
Para que serviria, essa pseudoespecialidade, mesmo?
A identificação incorreta de ruídos adventícios cardíacos, nos faz menos Cardiologistas? Como? A maioria de nós, sabe ao menos, dizer se existe algum Sopro Cardíaco? Quantos de nós, atuam só nessa área?

"Ora: Pro Inferno com essas perguntas"! Quem pensar com "autoboavontade", pode entender que (vergonhosamente), a "dívida" acima, nos faz menos Médicos Veterinários!

"Carai"! Até "Semiologia Básica", fomos imbecis de esquecer? A Especialidade é Médica! CACETE, a "Semiologia Básica é tão elementar quanto, mais Geral for a Clínica Geral"!
Mesmo assim, não há "Especialidade por espécies múltiplas" (não força!...um monte de espécies?)!

"Iniciação", seria menos pretencioso e mais adequado, para o nome de um curso assim!

Quem já está habituado a lidar com várias espécies, aprendeu na vida...ou, talvez, oficiosamente com "algum apoio de alguma" Universidade!

Meu amigo, você ajudou a cruzar a todas essas informações!

Seu aniversário, não nos diz nada, mas você merece os Parabéns, todos os dias!

... Saúde e Paz...Nós!
 —

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

The Rumjacks - An Irish Pub Song

Eu tenho um problema com este tipo de gente...

E com este tipo de lugar.







Theres a county map to go on the wall,
A hurling stick & a shinty ball,
The bric, the brac, the craic & all,
Lets call it an Irish pub,
Caffreys, Harp, Kilkenny on tap,
The Guinness pie & that cabbage crap,
The ideal wannabee Paddy trap,
We'll call it an Irish pub,

Whale, oil, beef, hooked! I swear upon the holy book,
The only 'craic' you'll get is a slap in the ear,
Whale, oil, beef, hooked! I'll up & burst yer filthy mug,
If you draw one more shamrock in me beer!

We'll raise the price o' beer a dollar,
We'll make em wear a shirt & collar,
We'll fly a bloody tri-colour,
And call it an Irish pub,
Jager bombs & double shots,
The underagers think its tops,
We'll spike the drinks & pay the cops,
We got us an Irish pub.

The quick one in the filthy bog,
The partin' glass across the lug,
O' the lady-O, the dirty dog,
We got us an Irish pub,
It's over to me and over to you,
We'll skip along the Avenue,
And who t'hell is Ronnie Drew?
We got us an Irish pub.

Plasma screens & neon lights,
Kara-farkin-oke nights,
The bouncers they can pick the fights,
We'll call it an Irish pub,
Plastic cups, a polished floor,

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“E os milhões mortos pela Santa Inquisição?”, perguntam. E eu respondo.-Resposta documental.

07/03/2012
 às 20:55

“E os milhões mortos pela Santa Inquisição?”, perguntam. E eu respondo.

Escrevi em alguns posts que os valores essenciais do cristianismo certamente conduzem um juiz a um bom caminho — isso se o crucifixo estivesse em alguns tribunais por isso. Mas a razão, como já expliquei, é outra. Sempre que se fala do cristianismo, conjugam-se as mais variadas correntes de difamação da religião, especialmente do catolicismo, que se foram formando ao longo da história. A mais recente — historicamente falando — e mais poderosa, claro, é o marxismo. Atrocidades foram cometidas por autoridades eclesiásticas em quase dois mil anos de história? Foram, sim! E a própria Igreja se debruçou sobre isso.
Uma das técnicas da militância política, que deveria causar repúdio aos historiadores, é distorcer os fatos para vender uma ideologia. Infelizmente, no Brasil e em boa parte do mundo, quando o tema é religião, a irracionalidade predomina… em nome da razão! Nos colégios, nos cursinhos, nas universidades, professores se referem aos “milhões de mortos da Inquisição”, por exemplo, para tentar criticar não aquela Igreja do passado, mas a do presente. Parece que não há diferença entre as práticas do século 17 e as do século 21!!! Imaginem se todas as barbaridades que os cientistas já cometeram, na comparação com o que sabemos hoje, fossem usadas para considerar a ciência, então, um discurso brutalizante. “Religião não é ciência”, gritará alguém. De fato, a crença não é um objeto que possa ser dissecado à luz das leis da natureza. Mas existem uma ciência teológica e uma ciência moral que remetem ao conjunto de experiências e conhecimentos acumulados no terreno da fé. Adiante.
Ao longo do tempo, por bons e maus motivos, a Igreja foi uma inimiga poderosa de poderosos. Misturou-se e não se distinguiu da política durante um largo período. E foi, nem poderia ser diferente, alvo de difamações. Uma delas diz respeito justamente aos tais “milhões” de mortos da Inquisição. Uma leitora, Tereza Cristina, manda o comentário que segue. Ao responder a ela, respondo a dezenas, talvez centenas de outros comentários de igual teor. Leiam.
Reinaldo, você pode até discordar da Liga Brasileira de Lésbicas é um direito seu. Mas negar parte da história do Cristianismo no seu discurso é inaceitável. As acusações feitas a Liga hoje por você já foram práticas do Cristianismo. Não vamos esquecer da SANTA INQUISIÇÃO: momento que sabemos muitos morreram, foram torturados, sofreram perseguição religiosa e que a proteção da vida não foi lembrada. Seria bom também, se tivéssemos como voltar no tempo e perguntar aos africanos que vieram para o Brasil sobre PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA.Só para lembrar: A Inquisição foi um espécie de Tribunal religioso criado na Idade Média para condenar TODOS que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica.Mandou para a fogueira milhares de pessoas como você mesmo falou ” crime simplesmente por não concordar com eles. De que mesmo a Liga está sendo acusada???? Contra fatos não há argumentos.
Comento
Em primeiro lugar, não acusei a “Liga Brasileira de Lésbicas” de coisa nenhuma — só de intolerância. Quanto à Santa Inquisição, republico um texto do site católico 
Veritatis Splendor – Memória e Ortodoxia Cristãs, que põe as coisas nos seus devidos lugares, com as necessárias referências bibliográficas.
Quem ainda estiver disposto a aprender alguma coisa vai se surpreender com o texto. Quem já sabe ficará satisfeito com a divulgação dos fatos — ou vai se zangar porque a mentira lhe é útil. E há sempre aquele que não vai querer aprender nada: “Ah, o Reinaldo está dizendo que a Inquisição foi bolinho”. Atenção! A fase do Terror, da Revolução Francesa, matou, em um ano, milhares de pessoas — os números variam de 16 mil a 40 mil. Muitas vezes mais do que a Inquisição em quatro séculos! Fidel Castro fuzilou, sozinho, muito mais do que o Santo Ofício ao longo da história: 17 mil pessoas. Se considerarmos, então, os mais de 80 mil que morreram afogados tentando fugir da ilha… Mao Tse-Tung matou 70 milhões; Stálin, 25 milhões; Hitler, 6 milhões…
Não, senhores! Eu não estou negando que a Igreja tenha praticado brutalidades. Como vocês verão abaixo, no entanto, ela podia ser muito mais branda que os tribunais civis. Mas isso é o de menos. Invariavelmente, os que querem mandar a Igreja, mesmo a de hoje, para o banco dos réus costumam mandar para o trono Robespierre, Fidel, Mao, Stálin…
Leiam o artigo, reflitam, pesquisem.
*
A Inquisição exterminou 30 milhões de pessoas?Para muitos estes supostos dados de “milhões de mortes” são as provas claras e literais do obscurantismo e corrupção da Igreja católica durante a “Idade das Trevas” podemos então afirmar a veracidade destes números que pressupõem que um verdadeiro “holocausto” foi promovido por parte do clero da Igreja Católica?
É comum vermos na literatura secular, em filmes e documentários, pior nas escolas do ensino fundamental e médio e até em faculdades e universidades, a afirmativa de que a Igreja “torturou e matou milhares”, alguns dizem milhões de pessoas aniquiladas pela Inquisição. Há também diversos ambientes acadêmicos no Brasil em que é nítido tal interpretação, são muitos autores e professores universitários a partilhar dessas objeções.
É inegável a atuação da Inquisição assim como os julgamentos, qualquer contraposição é uma aberração um erro grotesco de história, a crítica veiculada neste texto é dirigida aos números de mortes e incidentes referentes aos cerca de 386 anos de atuação, deste tribunal eclesiástico.
Muitos podem até dizer que números não importam, contudo ela “matou e torturou”, a questão é que nesta situação os números representam o maior pretexto e fonte de contradições a temática, pois tendem a alimentar e propagar a ideia de uma tragédia histórica, sem controle, um crime, um perverso e criminoso ato, vindo da Igreja contra a humanidade. Não levando em conta os fatores, o contexto e as posições religiosas da época estaria correto colaborar com estas argumentações e afirmações? Teria sido uma ferramenta de perseguição e extermínio de quem ousava pensar diferente? ou trata-se de posições subjetivas oriundas do homem contemporâneo?
Vale salientar que estas sociedades eram claramente ligadas ao bem e ‘alegria social’ (Pernoud, 1997) e da religião “em função da fé cristã” (Daniel Rops, Vol. III. p. 43), tinham como ferramentas de prevenção, a condenação de grupo ou individuo, para evitar a contaminação de confusões e divisões que ruíam ‘todo o sistema e ordem social da época’ (Gonzaga, 1994) além de evitar a propagação de heresias e divisões entre os fieis na Cristandade, assim os códigos penais abraçavam e previam comumente a tortura e a morte do réu. E o povo entendia que estes eram os princípios jurídicos e inquisidores (cf. Mt 18,6-7) que evitavam a expansão de cismas e heresias.
Mas seriam verdadeiros estes indicies sobre a Inquisição? Ou é maquinação vinda dos inimigos da religião que tiram proveito não só da Inquisição ou das Cruzadas, centram-se também nos erros e faltas morais de alguns filhos da Igreja para fazê-los de “cavalo de batalha na sua guerra contra a religião e para perpetuamente as estarem lançando em rosto à Igreja.” como disse o historiador e Pe. W. Devivier, S.J.  Fato que “é da natureza da Igreja provocar ira e ataque do mundo” segundo Hilaire Belloc.
A principal finalidade do artigo não é amenizar os efeitos da Instituição ou fazê-la mais branda, mas trazer a tona os fatos e verdadeiros números da referida instituição, cujos estudiosos sérios testemunham para que possamos construir uma justa interpretação do tema, sem nos veicularmos a nenhuma propaganda anticatólica.
Vamos tomar como referência as Atas do grande Simpósio Internacional sobre a Inquisição, em que 30 grandes historiadores participaram vindos de diversas confissões religiosas, para tratar historicamente da Inquisição, proposta motivada pela Igreja. O Papa João Paulo II afirmou certa vez: “Na opinião do publico, a imagem da Inquisição representa praticamente o símbolo do escândalo”. E perguntou “Até que ponto essa imagem é fiel à realidade”.
O encontro realizou-se entre os dias 29 e 31 de Outubro de 1998. Com total abertura dos arquivos da Congregação do Santo Oficio e da Congregação do Índice. As Atas deste Simpósio, foram anos depois reunidas e apresentadas ao público, sob forma de livro contendo 783 paginas, intitulado originalmente de “L’Inquisione” pelo historiador Agostinho Borromeo, professor da Universidade de La Sapienza de Roma. O mesmo historiador lembrou “Para historiadores, porem, os números têm significado” (Folha de S. Paulo, 16 junho 2004).
As atas documentais do Simpósio, já foram utilizadas em vários obras de historiadores, e continuam a ser, tais documentos são resultados de uma profunda pesquisa sobre os dados de processos inquisitoriais: as seguintes afirmações foram declaradas pelo historiador Agostinho Borromeo.
Sobre a “famigerada e terrível” Inquisição Espanhola:“A Inquisição na Espanha celebrou, entre 1540 e 1700, 44.674 juízos. Os acusados condenados à morte foram apenas 1,8% (804) e, destes, 1,7% (13) foram condenados em “contumácia”, ou seja, pessoas de paradeiro desconhecido ou mortos que em seu lugar se queimavam ou enforcavam bonecos.”
Sobre as famosas “caças às bruxas”.“Dos 125.000 processos de sua historia [tribunais eclesiásticos], a Inquisição espanhola condenou a morte 59 “bruxas”. Na Itália. 36 e em Portugal 4.”
E a propaganda de que “foram milhões”.
Constatou-se que os tribunais religiosos eram mais brandos do que os tribunais civis, tiveram poucas participações nestes casos, o que não aconteceu com os tribunais civis que mataram milhares de pessoas.
Sentenças de um famoso inquisidor:“Em 930 sentenças que o Inquisidor Bernardo Guy pronunciou em 15 anos, houve 139 absolvições, 132 penitências canônicas, 152 obrigações de peregrinações, 307 prisões e 42 “entregas ao braço secular” ([citado em] AQUINO, Felipe. Para entender a Inquisição. 1 ed. Cleofas. Lorena. 2009, p. 23).
O Simpósio conclui que as penas de morte e os processos em que se usava-se tortura, representam números pouco expressivos, ao contrario do se imaginava e foi propagado. Os dados são uma verdadeira demolição e extirpação de muitas ideias falsas e fantasiosas sobre a Inquisição.
“Hoje em dia, os historiadores já não utilizam o tema da inquisição como instrumento para defender ou atacar a Igreja. Diferentemente do que antes sucedia, o debate se encaminhou para o ambiente histórico com estatísticas sérias” (Historiador Agostinho Borromeo, presidente do Instituto Italiano de Estudos Ibéricos: AS, 1998).
Bom que tudo isto tem mudado é sinal de esperança, tomara que haja uma nova reconstrução “hermenêutica”, sendo esta necessidade histórica. Que com uma justa crítica acurada, superem-se as ambiguidades historiográficas.
Pena que as correntes históricas penduram-se e os teóricos antigos, dizem eles os “conceituados” continuam a ser as referencias “fidelíssimas”, assim na prática pedagógica e histórica; seja superior (acadêmica) ou (média e fundamental) ensinos públicos, continua à ritualista tradição a-histórica, não transparente sobre os acontecimentos e de tom feiticista e alienado, incluindo dentre destes, muitos estudiosos, professores, e jornalistas brasileiros e do resto do mundo. “Há milhões de pessoas que odeiam o que erroneamente supõe o que seja a Igreja Católica” (Bispo americano, John Fulton Sheen).
Referencias:
AQUINO, Felipe. Para entender a Inquisição. 1º ed. Cleofas. Lorena. 2009.
DEVEVIER, W. A Historia da Inquisição, curso de apologética cristã. Melhoramentos, São Paulo, 1925.
L’INQUISIONI. Atas do Simpósio sobre a Inquisição, 1998.
PERNOUD, Régine. A Idade Média: Que não nos ensinaram. Ed. Agir, SP, 1964.
ROPS. Henri-Daniel. A Igreja das Catedrais e das Cruzadas. Vol. III. Ed. Quadrante, São Paulo. 1993
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O que é um infiel? AFINAL, O QUE É UM INFIEL?

http://portugalglorioso.blogspot.com.br/2014/03/o-que-e-um-infiel-para-o-muculmano.html



Como ser racional que sou e com a bagagem cartesiana que recebi (aliás, a recebi por assumir que é a melhor maneira na maioria das situações para se avaliar fatos, não por doutrinação, como alguns amigos que, provavelmente doutrinados, enxergam o mundo por esta didática e assim supõem que o mesmo aconteceu comigo, o que é um erro, afinal gente doutrinada não tende a mudar de opinião mesmo diante dos fatos e eu tenho modificado minha opinião sempre que confrontado com argumentos razoáveis), creio que a melhor maneira de concluir é tomando nota de todos os fatos e fontes VÁLIDAS (o que se faz após filtragem das fontes e sua credibilidade em frente à literatura erudita).

Como escolho minhas fontes? Notadamente darei voz primeiramente aos especialistas da área, aos atuantes  e às autoridades no assunto, desde que comprovadamente o sejam, desde que certificadas ou de notório saber.

A partir daí, excetuando-se em casos onde houver uma falha no raciocínio, ou seja, erro de lógica, erro de  encadeamento de silogismo, causado por premissa ou por vacilo mesmo (ei, eu vacilo muitas vezes!), a conclusão será praticamente uma criação independente em seu resultado. Uma ave livre.

Abaixo transcrito, como já o fiz diversas vezes, o testemunho de um advogado sobre o testemunho de um Imã (autoridade religiosa islâmica) sobre uma definição que, como toda definição, deve ser o ponto de partida para a manifestação do raciocínio lógico através do pensamento.

Como todos sabem, amo palavras e suas definições. Sei que conceito é algo fixo, nunca mutável, mas sei que definições podem ter mais de um caminho a seguir, ainda que idealizadas para terem uma só estrada etimológica.

Mas em alguns casos, onde sobram o sim e o não, nestes casos, a situação se define de forma clara e sem tendências.

Evite premissas, use de razão clara e examine o que se segue.


http://en.wiktionary.org/wiki/fidelitas#Etymology



Bom dia,


Como demonstram as linhas que se seguem, fui obrigado a tomar consciência da extrema dificuldade em definir o que é um infiel Escolher entre Allah ou o Cristo, até porque o Islamismo é de longe a religião que progride mais depressa no nosso país. O mês passado, participava no estágio anual de actualização, necessária à renovação da minha habilitação de segurança nas prisões. Havia nesse curso uma apresentação por quatro intervenientes representando respectivamente as religiões Católica, Protestante, Judaica e Muçulmana, explicando os fundamentos das suas doutrinas respectivas. Foi com um grande interesse que esperei a exposição do Imam. A prestação deste ultimo foi notável, acompanhada por uma projecção vídeo.

Terminadas as intervenções, chegou-se ao tempo de perguntas e respostas, e quando chegou a minha vez, perguntei: “Agradeço que me corrija se estou enganado, mas creio ter compreendido que a maioria dos Imams e autoridades religiosas decretaram o “Jihad” (guerra santa), contra os infiéis do mundo inteiro, e que matando um infiel (o que é uma obrigação feita a todos os muçulmanos), estes teriam assegurado o seu lugar no Paraíso. Neste caso poderá dar-me a definição do que é um infiel?”

Sem nada objectar à minha interpretação e sem a menor hesitação, o Imam respondeu: “um não muçulmano”.

Eu respondi: “Então permita de me assegurar que compreendi bem: O conjunto de adoradores de Allah devem obedecer às ordens de matar qualquer pessoa não pertencendo à vossa religião, a fim de ganhar o seu lugar no Paraíso, não é verdade?

A sua cara que até agora tinha tido uma expressão cheia de segurança e autoridade transformou-se subitamente ao de “um puto” apanhado em flagrante com a mão dentro do açucareiro!!!
É exacto, respondeu ele num murmúrio.

Eu retorqui: “Então, eu tenho bastante dificuldade em imaginar o Papa dizendo a todos os católicos para massacrar todos os vossos correlegionários, ou o Pastor Stanley, dizer o mesmo para garantir a todos os protestantes um lugar no Paraíso.”

O Imam ficou sem voz!

Continuei: “Tenho igualmente dificuldades em me considerar vosso amigo, pois que o senhor mesmo e os vossos confrades incitam os vossos fiéis a cortarem-me a garganta!”
Somente uma outra questão: “O senhor escolheria seguir Allah que vos ordena matar-me a fim de obter o Paraíso, ou o Cristo que me incita a amar-vos a fim de que eu aceda também ao Paraíso, porque Ele quer que eu esteja na vossa companhia?

”Poder-se-ia ouvir uma mosca voar", enquanto que o Imam continuava silencioso.

Será inútil de precisar que os organizadores e promotores do Seminário de Formação não apreciaram particularmente esta maneira de tratar o Ministro do culto Islâmico e de expor algumas verdades a propósito dos dogmas desta religião.
No decurso dos próximos trinta anos, haverá suficientes eleitores muçulmanos no nosso país para instalar um governo de sua escolha, com a aplicação da “Sharia” como lei.
Parece-me que todos os cidadãos deste país deveriam poder tomar conhecimento destas linhas, mas como o sistema de justiça e dos “media” liberais combinados à moda doentia do politicamente correto, não há forma nenhuma de que este texto seja publicado. Por isto vos peço para partilharem esta carta por todos.

Por Gilbert Collard



Voltei.

Algumas argumentações dizem que para o muçulmano, qualquer pessoa que siga a Deus não é infiel, se ajuntando aos que seguem o corão e a Sharia, portanto estes não seriam alvo da Jihad.

Mas a realidade não condiz com isso. Nem mesmo a realidade histórica.
Os infiéis de povos dominados eram mantidos vivos mediante pesados impostos e tributação, de outra forma, passíveis de degola.

Ou será que não? A Jizya, o imposto provavelmente citado era anual e correspondia a 10 dias de trabalho de uma família. Segundo alguns, bastava entrar no exército para ficar isento e caso a cidade não pudesse ser defendida, o imposto era devolvido.

Atualmente, o que foi cobrado a título de Jizya no Cairo, chegava a ser 200 libras egípcias (65,00 R$) por dia. (http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/submetidos-a-impostos-cristaos-relatam-tensao-com-islamicos-radicais-no-egito), sendo que pessoas que se negaram foram mortas a tiros.

O que se alega é que a cobrança era criminosa.
Mas como diferenciar o que é islã e o que não é quando existe um silêncio respeitoso ao se tratar dos "extremistas" pelo povo do Corão em todo o mundo?




A minha conclusão?

É melhor e mais seguro que eu seja um infiel armado.