segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A dinâmica social por trás do truque do evento “Golpe Comunista 2014″

Os filmes estão no link do Luciano Ayan : http://lucianoayan.com/2014/01/06/a-dinamica-social-por-tras-do-truque-do-evento-golpe-comunista-2014/#

golpecomunista
Tenho assistido aos ótimos hang outs promovidos por Lobão, e organizados por Alex Brum. Na última edição, feita ontem, 05/01, Lobão entrevistou Rachel Sheherazade e Felipe Moura Brasil.
Há um ponto, no entanto, onde tanto os entrevistados quanto Lobão mostraram-se (justificadamente) confusos em relação ao evento de Facebook intitulado “Golpe Comunista 2014″.
Eu digo que a confusão é justificada pois alguns truques da esquerda são tão sofisticados que é preciso da intervenção de um investigador de fraudes (como este que vos escreve) para clarear toda a situação.
O evento, embora frequentado por muitas pessoas de direita, foi evidentemente criado por pessoas de esquerda. Eis que alguns poderiam objetar: qual o sentido dos esquerdistas “reconhecerem” que existe um golpe comunista em vigência?
Para entendermos como isso funciona, vamos estudar a dinâmica de como o truque operaria fora da política pública.
Imaginemos que X tenha descoberto evidências de que Y pratica pedofilia com sua sobrinha de 14 anos de idade, e denuncie essa situação para a polícia, que não toma providência. X apela, então, para denunciar o caso à opinião pública. Eis que amigos de Y resolvem então colocar um site na Internet mostrando Y, de forma satírica, como “culpado de pedofilia”. Só que os exemplos de pedofilia mostram apenas casos de violência, e com crianças de 1 a 3 anos de idade, como no filme “A Serbian Film” (que inclui até uma cena de estupro de um bebê):
Suponha, então, que os amigos de Y criem sátiras mostrando Y nessa situação extrema. A pergunta seria: qual o “cui bono?”.
Simples. A mente humana, em geral, trabalha com símbolos. Logo, ao associar “prática de pedofilia” a eventos extremos como o estupro de crianças de 1 a 3 anos, e acusar, de forma satírica, Y a esses eventos, qualquer pessoa que notar que Y não estuprou uma criança de 1 a 3 anos entenderá que ele NÃO PRATICOU PEDOFILIA DE FORMA ALGUMA. E por que o “aceite da acusação” para esses eventos extremos? Simples: por que é essa acusação que está sendo satirizada, pois a mente da patuléia já terá um novo símbolo para “pedofilia”.
Rotulo esse tipo de arquitetura de fraudes como “aceite de culpa de forma extremada e satírica”, que tem o objetivo inocentar alguém de uma acusação de qualquer coisa, a partir dos seguintes princípios:
  1. Ressignificação da prática pela qual alguém é acusado (que pode ser qualquer coisa: pedofilia, racismo, etc.), criando versões mais extremadas dessa prática
  2. A partir do aceite, pela opinião pública, de que a prática representa apenas as formas mais extremadas dela, inocentar o acusado de qualquer instância da prática, pela satirização da acusação
Como já temos uma dinâmica, temos um fenômeno que podemos reproduzir, e explicar para a opinião pública como ele funciona.
Imaginemos, por exemplo, que Ghiraldelli queira se inocentar, perante seus leitores, da acusação de que ele praticou indução ao crime de estupro contra Rachel Sheherazade (ver aqui e aqui). Para jogar o jogo do aceite de culpa de forma extremada e satírica, bastaria Ghiraldelli convocar seus amigos para que eles criassem uma página “Ghiraldelli: o indutor de estupro”. A partir daí usariam imagens aberrantes e excessivas, pelas quais ele seria inocentado de primeira, para, enfim, poder dizer: “se Ghiraldelli não praticou isso tudo, então não praticou indução ao estupro de forma alguma”.
Quanto ao “Golpe Comunista 2014″, basta agora entendermos a agenda dos esquerdistas envolvidos na criação do evento.
Agora que você conhece o truque, podemos ver que a página coloca elementos do comunismo fundamentalista (não gramsciano), com uso de tanques em praça pública, execuções sumárias e gulags, para tentar implementar na mente da patuléia: “se nada disso ocorre [e isso é o comunismo], então não há nada de golpe comunista no Brasil”.
O objetivo deles é mais claro que a neve: tornar a população incapaz de perceber que nos já vivemos em uma nação socialista, que tenta ficar ainda mais extremada em seu socialismo, com iniciativas como o marco governamental de Internet e a tentativa de implementar uma lei de mídia.
Mas, como eles ressignificaram o comunismo para “gulags + tanques de guerra”, e a população evidentemente não vai ver isso ocorrendo (tão cedo), então eles conseguem implementar o socialismo de forma imperceptível.
O truque já tinha uma instância no passado, quando os comunistas diziam “É, nós comunistas comemos criancinha, como os reacionários dizem!”. Como eles não eram vistos levando criancinhas para o forno, e ressignificaram o comunismo à essa versão exagerada, logo todos eles eram inocentes “de comunismo”, e portanto podiam mais facilmente doutrinar os outros em marxismo.
Aliás, como estou “cinematográfico” hoje abaixo vai mais um trailer, do filme Kiss the Girls, de 1997, onde Morgan Freeman é um investigador que vai atrás de um psicopata. Em um dos diálogos o psicopata diz que, por não conseguirem pensar como ele, não conseguirão pegá-lo:
É, eu sei, o nível da dissimulação é extremo. Mas se nos prepararmos para lidar com os esquerdistas da mesma forma que lidamos com psicopatas (embora nem todos sejam psicopatas, e a grande massa dos funcionais seja compostos de histéricos, ou de militância paga com dinheiro público), conseguiremos, enfim, entender como mentes deformadas conseguem maquiar a realidade.
Mas se conseguirmos entender a mente de socialistas que chegaram no nível de criar uma página onde jogam o jogo do aceite de culpa de forma extremada e satírica, enfim, conseguiremos reagir a eles.

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