quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Misericórdia de Deus e a miséria dos homens e os esqueletos em meu armário.






Não tenho o intento de analisar a humanidade a partir de um todo, de um grupo ou de um indivíduo. hoje me dei conta que eu sou o abjeto. Esta noite notei, talvez mais uma vez, talvez de forma contundente o quanto sou deplorável.
 Hoje eu senti a minha impiedade de forma massiva, palpável, mais que concreta. eu notei o quão profundo é o abismo que guardo e o quão paradoxal ao que tento ser eu continuo sendo, a ponto de duvidar da minha "tentativa de admiração da busca de santidade", aliás me pareceu mais que nunca que a minha busca de santidade, de vida decente, bíblica, nem ouso escrever piedosa, é um fiasco.

Vejo o quão fácil é verter lágrimas por uma criança que nem conheço e até 3 dias atrás nunca tinha visto, mas que passei quase 30 dias orando por ela, mas que de repente me pego vendo que nem sequer orei por gente próxima a mim, anos a fio junto a  mim à minha família. e por isso me sinto uma farsa.

Num momento tão cru e violento, num momento tão flagrante de indignidade, de sordidez só consigo me fiar na misericórdia e no amor de Deus, e mesmo assim não consigo sequer imaginá-lo, pois quando eu olho pra dentro de mim, só enxergo escória e egoísmo. E sinto algo que pra mim é impossível de racionalizar. O amor de alguém que nunca precisou de mim, que nunca se agradou de  mim e que, mesmo assim me ama e quer meu bem.

Como pode? E por quê?

Não creio que consiga sentir o mesmo nem por um filho meu, pelo qual daria minha vida, viveria por ele e mataria também, mas este ato de misericórdia com um desconhecido, inútil e ruim, não consigo entender, racionalizar, e mesmo assim vejo em minha vida esta amor se avolumar de forma inacreditável e inegável. E igualmente injusta, imerecida e ilógica.

As misericórdias de Deus são a causa de não sermos destruídos. O amor de Deus é o motivo pelo qual, mesmo não sendo justo nem aos nossos olhos maus e doentios, somos justificados, feitos de novo, limpos, saldados, temo dizer que é humanamente incorreto ter o que tenho pelo amor de Deus.

Entendo o apóstolo Paulo quando ele exclama numa de suas doxologias:
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!

 Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?








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