O nazismo triunfou
Por Klauber Cristofen Pires
Fiquei em dúvida quanto a colocar
um ponto de interrogação após o título ou deixá-lo assim, como uma constatação.
Não que o sinal sugira alguma dúvida ou algum espaço para o debate, mas seria
uma condescendência à esperança, a última que morre (mas morre).
Na primeira vez em que solicitei
um visto para os EUA, o Consulado apresentou-me um formulário no qual eu
precisava declarar se tinha cidadania ou ascendência alemã, e se eu era ou fora
nazista. Dizem-me os que vão àquele país que hoje em dia não tem nada disso.
Creio que nenhuma doutrina foi
tão repudiada, formal e informalmente. Na Alemanha e em vários países da
Europa, negar o holocausto constitui crime. Em praticamente todos os lugares do
mundo também é um delito exibir símbolos nazistas ou fazer-lhe qualquer tipo de
apologia. Em todas as escolas do mundo, o nazismo foi apregoado como o pior mal
já havido na história, mesmo à custa de muitos exageros e falsificações. Nem
alguém pode ser tão ofendido pelo ataque à honra da sua própria mãe como por
ser taxado por alguém de nazista!
Não obstante, o nazismo triunfou.
Triunfou no mundo inteiro, até mesmo nas democracias que mais viram seus jovens
morrerem pela luta da liberdade. Tudo bem debaixo dos narizes de todos.
Nossas casas
legislativas e nossos juízes e tribunais, ambos já legislam sob encomenda das
diretrizes superiores. Acabou-se o sistema jurídico.
A estrutura sócio-econômica do Brasil contemporâneo difere muito pouco
da Alemanha da primeira metade do século
XX: um grupo de grandes empresários mancomunados ao governo desfruta as
benesses das políticas econômicas, enquanto a plebe há de virar para pagar
impostos escorchantes sob uma burocracia escravizadora.
Na verdade, a fundamental
diferença entre o nacional-socialismo e o socialismo de estilo soviético está
em que o primeiro abdica da propriedade formal dos meios de produção, mantendo
a gerência e a condução dos negócios nas mãos dos empresários, agora rebaixados
à condição de gerentes dos seus próprios negócios, inegavelmente mais
competentes que os comissários ideológicos. De resto, praticamente nada muda.
No campo empresarial, já não há nada, absolutamente nada, que não
esteja regulado nos mínimos detalhes pelo governo: instalação, produção,
comercialização, propaganda, venda, pós-venda, trabalho, transporte e o que
mais for. Aliás, a coisa já está muito pior do que isto: freqüentemente os
diversos órgãos das três esferas disputam competências entre si como se fossem
um bando de hienas a morderem-se por um naco de carne.
Quem quer que se dê ao trabalho
de visitar os sites das diversas associações empresariais do país, sejam as
industriais, comerciais ou do agronegócio, dar-se-á conta da fecunda presença
de assuntos tais como “responsabilidade social”, “economia solidária”,
“educação fiscal” e “responsabilidade ambiental”, bem como a constituição de
grupos de mulheres e jovens empresários, tudo em perfeita sintonia com as
diretrizes ideológicas do partido governante.
Mesmo em nossas vidas íntimas, já se pode dizer que não somos mais
indivíduos, mas sim servos do regime: um pai e uma mãe não podem mais educar
seus filhos, nem em casa – vide a lei da palmada e a lei que proíbe o ensino em
casa (homeschooling) - nem na escola, cuja grade curricular é estipulada pelo
governo, para formar as crianças não para a própria felicidade e seus próprios
projetos, mas para aprenderem a cumprir com as políticas estatais.
Nossas preferências de consumo já há tempo vêm sendo sujeitas ao crivo
dos barbudos de carteirinha instalados em órgãos tais como a Anvisa e o Inmetro.
O recente veto à comercialização de cigarros com aromas pelos diretores do
Inmetro foi decidido tão somente por mero critério da vontade dos próprios, sem
que a poderosíssima indústria do tabaco tivesse ao menos se dado ao trabalho de
argüir a grossa inconstitucionalidade da medida. As restrições aos alimentos
considerados gordurosos ou com excesso de açúcar ou de sal já estão para serem
implementadas.
E o que dizer de suspeitosas
vacinas, sobre as quais pesam acusações bem fundamentadas de conterem agentes
esterilizantes - aplicadas em massa na população, com ênfase para as mulheres,
para doenças que já se haviam tornado praticamente extintas?
Viremos nossos olhos também para a grande imprensa e toda a mídia –
especialmente a televisiva - dedicadas a entoar louvores aos governantes,
ao invés de fiscalizar seus passos, fossem quem fossem os mandatários.
Será natural a uma sociedade livre ter um estado que mantém uma agência
estatal de cinema (Ancine) que controla a produção (e claro, o conteúdo) de
filmes com dinheiro público e obriga os canais de TV paga a exibi-los de acordo
com uma cota cujos horários são por ela mesmo definidos?
Pois, já falta pouco para que
toda a produção televisiva passe a submeter-se ao crivo da militância
organizada e dos burocratas de plantão. Não se enganem – o governo está
intensamente comprometido com este projeto – pode ser que até mesmo a Copa não
saia e a percamos para a Grã-Bretanha por pura falta de empenho e competência, mas
o projeto de doutrinação em massa pela TV tem recebido do governo e da
militância do PT e de suas moscas todos os recursos e toda a atenção.
Se alguém ainda há de contestar a nossa paridade com o nazismo com base
em diferenciações no âmbito do mito da raça pura e saudável, eis que já nem
disso carecemos: a supercidadania conquistada pelo movimento gaysista e a
campanha pelo aborto já são uma realidade ostensivamente visível, e na fila
estão a eutanásia, o infanticídio e a pedofilia, como instrumentos de controle
social estatal de natalidade, mortalidade, criminalidade, empregabilidade,
orçamento com saúde e previdência, e por que negar, de seleção social e racial.
Algo mais falta?
Ah, o
discurso de ódio aos judeus e aos americanos? Mesmo.....?
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