quinta-feira, 5 de abril de 2012

O nazismo triunfou


O nazismo triunfou


Por Klauber Cristofen Pires


Fiquei em dúvida quanto a colocar um ponto de interrogação após o título ou deixá-lo assim, como uma constatação. Não que o sinal sugira alguma dúvida ou algum espaço para o debate, mas seria uma condescendência à esperança, a última que morre (mas morre).

Na primeira vez em que solicitei um visto para os EUA, o Consulado apresentou-me um formulário no qual eu precisava declarar se tinha cidadania ou ascendência alemã, e se eu era ou fora nazista. Dizem-me os que vão àquele país que hoje em dia não tem nada disso.

Creio que nenhuma doutrina foi tão repudiada, formal e informalmente. Na Alemanha e em vários países da Europa, negar o holocausto constitui crime. Em praticamente todos os lugares do mundo também é um delito exibir símbolos nazistas ou fazer-lhe qualquer tipo de apologia. Em todas as escolas do mundo, o nazismo foi apregoado como o pior mal já havido na história, mesmo à custa de muitos exageros e falsificações. Nem alguém pode ser tão ofendido pelo ataque à honra da sua própria mãe como por ser taxado por alguém de nazista!

Não obstante, o nazismo triunfou. Triunfou no mundo inteiro, até mesmo nas democracias que mais viram seus jovens morrerem pela luta da liberdade. Tudo bem debaixo dos narizes de todos.

Nossas casas legislativas e nossos juízes e tribunais, ambos já legislam sob encomenda das diretrizes superiores. Acabou-se o sistema jurídico.

A estrutura sócio-econômica do Brasil contemporâneo difere muito pouco da Alemanha  da primeira metade do século XX: um grupo de grandes empresários mancomunados ao governo desfruta as benesses das políticas econômicas, enquanto a plebe há de virar para pagar impostos escorchantes sob uma burocracia escravizadora.

Na verdade, a fundamental diferença entre o nacional-socialismo e o socialismo de estilo soviético está em que o primeiro abdica da propriedade formal dos meios de produção, mantendo a gerência e a condução dos negócios nas mãos dos empresários, agora rebaixados à condição de gerentes dos seus próprios negócios, inegavelmente mais competentes que os comissários ideológicos. De resto, praticamente nada muda.

No campo empresarial, já não há nada, absolutamente nada, que não esteja regulado nos mínimos detalhes pelo governo: instalação, produção, comercialização, propaganda, venda, pós-venda, trabalho, transporte e o que mais for. Aliás, a coisa já está muito pior do que isto: freqüentemente os diversos órgãos das três esferas disputam competências entre si como se fossem um bando de hienas a morderem-se por um naco de carne.

Quem quer que se dê ao trabalho de visitar os sites das diversas associações empresariais do país, sejam as industriais, comerciais ou do agronegócio, dar-se-á conta da fecunda presença de assuntos tais como “responsabilidade social”, “economia solidária”, “educação fiscal” e “responsabilidade ambiental”, bem como a constituição de grupos de mulheres e jovens empresários, tudo em perfeita sintonia com as diretrizes ideológicas do partido governante.

Mesmo em nossas vidas íntimas, já se pode dizer que não somos mais indivíduos, mas sim servos do regime: um pai e uma mãe não podem mais educar seus filhos, nem em casa – vide a lei da palmada e a lei que proíbe o ensino em casa (homeschooling) - nem na escola, cuja grade curricular é estipulada pelo governo, para formar as crianças não para a própria felicidade e seus próprios projetos, mas para aprenderem a cumprir com as políticas estatais.

Nossas preferências de consumo já há tempo vêm sendo sujeitas ao crivo dos barbudos de carteirinha instalados em órgãos tais como a Anvisa e o Inmetro. O recente veto à comercialização de cigarros com aromas pelos diretores do Inmetro foi decidido tão somente por mero critério da vontade dos próprios, sem que a poderosíssima indústria do tabaco tivesse ao menos se dado ao trabalho de argüir a grossa inconstitucionalidade da medida. As restrições aos alimentos considerados gordurosos ou com excesso de açúcar ou de sal já estão para serem implementadas.

E o que dizer de suspeitosas vacinas, sobre as quais pesam acusações bem fundamentadas de conterem agentes esterilizantes - aplicadas em massa na população, com ênfase para as mulheres, para doenças que já se haviam tornado praticamente extintas?

Viremos nossos olhos também para a grande imprensa e toda a mídia – especialmente a televisiva   - dedicadas a entoar louvores aos governantes, ao invés de fiscalizar seus passos, fossem quem fossem os mandatários.

Será natural a uma sociedade livre ter um estado que mantém uma agência estatal de cinema (Ancine) que controla a produção (e claro, o conteúdo) de filmes com dinheiro público e obriga os canais de TV paga a exibi-los de acordo com uma cota cujos horários são por ela mesmo definidos?

Pois, já falta pouco para que toda a produção televisiva passe a submeter-se ao crivo da militância organizada e dos burocratas de plantão. Não se enganem – o governo está intensamente comprometido com este projeto – pode ser que até mesmo a Copa não saia e a percamos para a Grã-Bretanha por pura falta de empenho e competência, mas o projeto de doutrinação em massa pela TV tem recebido do governo e da militância do PT e de suas moscas todos os recursos e toda a atenção.

Se alguém ainda há de contestar a nossa paridade com o nazismo com base em diferenciações no âmbito do mito da raça pura e saudável, eis que já nem disso carecemos: a supercidadania conquistada pelo movimento gaysista e a campanha pelo aborto já são uma realidade ostensivamente visível, e na fila estão a eutanásia, o infanticídio e a pedofilia, como instrumentos de controle social estatal de natalidade, mortalidade, criminalidade, empregabilidade, orçamento com saúde e previdência, e por que negar, de seleção social e racial.

Algo mais falta? 

Ah, o discurso de ódio aos judeus e aos americanos? Mesmo.....?


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