Afinal, o que os malditos crentes
desejam?
Sempre por perto, feito corvos,
sempre calados, com seus filhos quietos e comportados, visivelmente tolhidos,
que só abrem a boca para causar problemas nas aulas de ciências e que insistem
em responder as provas da forma errada, preferindo tirar zero, mesmo depois de serem
convidados junto com seus pais a comparecer a sala do diretor.
Nunca permitem que seus filhos
participem das programações da escola, simplesmente não os deixam ir, sem a
menor explicação, mesmo às mais simples datas comemorativas, as mais banais.
Nunca permitindo que seus filhos
saiam à noite como crianças e adolescentes normais, permitindo que vão a igreja, igreja, igreja,
quase todo dia, sábado, quarta...domingo. Sempre a mesma desculpa para não
participar... eles têm que ir á igreja.. têm que ir à igreja.
Sempre com aquelas roupas monocromáticas,
muitas vezes ridículas, com penteados velhos e coques horrorosos, que os tornam
mais sem graça ainda. E sempre lendo o mesmo livro, e falando sempre a mesma
coisa, seja lá qual for o problema que comentemos ...”vamos orar”...”vamos orar”...
Se levantando no meio da noite,
mesmo que tenham que sair às 5 da manhã, pra orar, como se não pudessem fazer
isso de dia, e como se isso não bastasse, param ao meio dia pra orar também.
Com aquele ar arrogante pedindo
que você aceite o convite e entre num ônibus mal cheiroso e velho, par ir à
igreja de novo, mas mesmo sabendo que a gente sempre diz Não, eles parecem não
se importar com isso e vão sozinhos de novo, sem parecer se importar com a
nossa recusa. Mas sempre nos chamando.
Vivendo num mundinho isolado,
onde, seja passando bem ou passando aperto, a razão é sempre a mesma, mesmo quando
tá na cara que não tá nada bem, dizendo que “Graças à Deus, está tudo bem”...
Sempre contra a modernidade, a liberdade
das mulheres, o direito dos outros, têm sempre uma opinião contrária às coisas,
mas nunca discutindo, nunca se exaltando, saindo sempre no meio da discussão calados e com uma calma
irritante, típica deles.
Afinal, o que os malditos crentes
querem? Que aceitemos que as pessoas não podem fazer o que bem entendem? Que eu
não possa decidir o que fazer da minha vida? Eles têm vida própria, afinal, se
pra tudo eles têm que consultar o velho livro preto, como se fosse jogo do
bicho? O que eles não conseguem entender? Por que eles não conseguem entender
nada, nunca?
Sempre achando a coisa mais normal pregar na praça
quando ninguém quer ouvir aquilo, o pastor e o pingo, como dizia Cazuza?
Acham legal pra tudo que se fala,
responder “A Bíblia diz...” “A Bíblia diz...”, sem nunca responder por si
mesmos, sem opinião própria, empurrando a responsabilidade de tudo para um
livro sebento?
Achando normal andar no sol do
verão, derretendo por dentro, sempre num mesmo terno marrom cafona, todos os
domingos de manhã e à tarde também?
Sempre separados dos outros, do
mundo normal, sempre com uma conduta distante, com uma opinião irredutível, sempre
sozinhos, sempre andando juntos, como uma manada de ruminantes mudos, mesmo que
sempre solícitos, quando os procuramos para, no final, ouvirmos deles a mesma
resposta, vinda do mesmo lugar, para toda e qualquer pergunta que viermos a
fazer?
O que eles querem, afinal? O que
os malditos crentes querem, afinal?
Talvez o PG consiga te explicar o que os crentes tanto perseguem. Os crentes só querem isso.
Talvez letra desta música possa te dizer alguma coisa sobre os malditos crentes.
Talvez letra desta música possa te dizer alguma coisa sobre os malditos crentes.
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