terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vídeo “180” alcança mais de 1 milhões de visitas e provoca “milhares” de conversões à causa pró-vida

2 de novembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — O criador do filme pró-vida “180”, que se tornou um fenômeno na internet, diz que está recebendo “milhares” de testemunhos descrevendo como a lembrança inesquecível do Holocausto no filme e os argumentos sobre o aborto convenceram os que escreveram as cartas a se opor ao aborto legalizado.




O vídeo se tornou um grande fenômeno no YouTube depois de seu lançamento em setembro, alcançando a segunda colocação entre os vídeos mais debatidos e assistidos e a terceira colocação entre os filmes favoritos do mês passado, de acordo com dados postados na página de Facebook de Pro-Life Rocks. Mais de 1 milhão de pessoas já o assistiram. Para assistir ao filme: http://www.youtube.com/watch?v=7cBA9Be9fDs
O documentário pró-vida de 33 minutos tem uma abertura com cenas perturbantes de vários jovens que não conseguem reconhecer Adolf Hitler, uma ignorância que o autor e entrevistador Ray Comfort liga à aceitação generalizada do moderno Holocausto: o aborto legalizado. Enquanto jovens adultos que são entrevistados no filme são forçados a conectar a matança legalizada de judeus com o fato de que a sociedade está aceitando a matança de bebês em gestação, eles são vistos mudando de opinião, passando a se opor ao aborto.
“Assistir ao 180 é como andar na montanha-russa — uma experiência que provoca emoções —, pois assistimos pessoas se contorcendo enquanto são colocadas num dilema moral com perguntas do tipo ‘se enterraríamos judeus vivos (algo que aconteceu na Segunda Guerra Mundial), sob a ponta de um revólver nazista’”, disse Comfort. “O filme testa o caráter para mostrar o quanto as pessoas valorizam a vida humana. Ficar ignorante do que é possivelmente a parte mais sombria da história humana inevitavelmente resultará na desvalorização da vida, e uma repetição do Holocausto”.
Comfort diz esperar que o filme “possa estar chegando até uma escola secundária perto de você”: no mês passado, entre 180.000 e 200.000 exemplares do DVD de 33 minutos foram distribuídos para as 100 mais importantes universidades dos EUA, e agora o autor, que é judeu e co-apresentador de um programa de TV, está voltando a atenção para as escolas secundárias.
Embora alguns possam fazer objeção à iniciativa de dar lição sobre o Holocausto para adolescentes da escola secundária, Comfort, que é pastor evangélico e judeu, diz que os Estados Unidos hoje precisam muito de tal educação.
“Voltei aos nossos estúdios [depois de filmar 180] com 14 entrevistas com pessoas que acham que [Hitler] era comunista, ou um ator, ou que até mesmo nunca tinham escutado o nome dele”, disse ele. “Esses jovens são um tanto ignorantes quanto ao que é possivelmente a parte mais sombria da história humana, pois o sistema de educação dos EUA os deixou na mão”.
Comfort disse que os vídeos do 180 estão “rapidamente desaparecendo das prateleiras, como se fossem sorvetes vendidos em pleno verão quente”, nas campanhas locais de doação.
Mas a coisa mais fascinante sobre 180 não é sua popularidade, mas seu impacto em audiências que são a favor do aborto, diz ele. “A coisa estupenda é que as pessoas que assistem a esse filme mudam da posição pró-aborto para a posição pró-vida”, disse Comfort. “Temos recebido milhares de e-mails de pessoas, muitas das quais mudaram enquanto estavam assistindo ao filme”.
Uma estudante de escola pública secundária na Virginia Ocidental escreveu um e-mail sobre como o 180 ajudou a mudar a mente da sala de aula inteira dela acerca do aborto. “Nesta semana passada em nossa aula de educação cívica estávamos escrevendo trabalhos didáticos sobre leis que desejávamos mudar nos EUA. Depois de assistir a esse vídeo, minha escolha é mudar as leis de aborto, e como eu desejava que fosse ilegal”, escreveu ela.
Depois que eu havia acabado de ler meu trabalho didático, surgiu um debate na aula (obviamente) sobre como é que eles achavam que o aborto deveria ser uma escolha, principalmente se o bebê está doente ou a causa da gravidez é um estupro. Mas logo que começamos a comparar essa situação com Hitler e os judeus, a mente de todos começou a mudar… Por causa do filme 180, pude mudar a opinião da minha classe inteira sobre o aborto e no final da aula, todos os 25 estudantes e meu professor haviam levantado a mão concordando que o aborto propositado deveria ser ilegal.
Outro escreveu simplesmente: “Eu costumava votar em candidatos pró-aborto. Mas nunca mais farei isso. NUNCA”.
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Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O que é o Exército?

Formulei esta pergunta ao receber a apresentação de oficiais nas organizações militares que visitei e inspecionei.

Propus e tenho insistido em propor a mesma pergunta aos que me têm honrado com suas presenças em palestras casernas afora.

Sem esperar por respostas, afirmei e asseguro enfaticamente: “O Exército é uma Força Armada!”

Assim são nossas coirmãs: “a Marinha é uma Força Armada! A Aeronáutica é uma Força Armada!” Assim são nossas coirmãs:

E o que significa ser Força Armada?

A resposta encontra-se, parcialmente, no texto constitucional. Ser Força Armada significa ser instituição nacional permanente regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, é, pois, cristalino que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, sendo nacionais, servem à Nação e integram o Estado brasileiro, permanente e vitalício. Em conseqüência, é indispensável sublinhar o óbvio: as Forças Armadas não são instituições governamentais, estas efêmeras, substituíveis, mutáveis e, até mesmo, aparelháveis, segundo o projeto político-ideológico dos governantes de turno, também tão efêmeros e com os dias contados nos cargos que, temporariamente, ocupam.

As Forças Armadas perpetuam-se e dedicam-se de corpo e alma à Nação, diferentemente das organizações de governo e das particulares, assistenciais, político-partidárias, sindicais, desportivas e tantas outras que passam e são substituídas a exemplo de seus dirigentes, que, se bem preparados e escolhidos, também servem à Nação.

Ser Força Armada exige prontidão em tempo integral para atender à Nação. Nos termos da Carta Magna:

“... e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

Em decorrência, ser Força Armada obriga a permanente e total preparo para defender a Pátria e para atender às demais destinações mencionadas, qualquer que seja a hipótese de emprego que caracterize ameaça ao Estado nacional, em sua integridade, soberania, honra e interesses vitais.

É imperioso citar que, além de atender à destinação constitucional, ser Força Armada implica, ainda, plena preparação para cumprir a missão, conceito tão arraigado na cultura militar.

A missão detalha e amplia a destinação constitucional por englobar, também, emergências, em geral conflitos decorrentes de tratados celebrados pelo Brasil e de compromissos por ele assumidos junto a organismos internacionais.

Em suma, ser Força Armada significa preparar-se diuturnamente e estar sempre pronta para servir. Seus integrantes, os militares, serviram, servem e servirão!

Estar em condições de pronto emprego exige quadros e tropa selecionados, instruídos, motivados, adestrados e plenamente atualizados com o estado da arte e ciência da guerra.

Exige ainda, é óbvio, doutrina, instrução, adestramento, logística, estrutura e equipamentos adequados aos desafios do século XXI.

A prontidão pressupõe que o Comandante Supremo atenda à demanda das Forças Armadas, dotando-as de todos os itens que lhe são imprescindíveis para atender e socorrer a Pátria, à qual tudo se dá e nada se pede, nem mesmo compreensão.

“A Nação espera que cada um cumpra o seu dever!”, eis o farol que tem iluminado a marcha firme de nossos marinheiros, soldados e aviadores, abnegados e disciplinados, ciosos da hierarquia, coesos, comprometidos, cultores e identificados com a História, tradições, vultos, feitos, valores e lições de todos os tempos.

São irmãos de armas que, neste exato momento, caro leitor, estão em silenciosa vigília no mar, na terra e no ar, malgrado décadas de esquecimento e menosprezo com que têm sido tratados por sucessivos comandantes supremos que lhes têm negado os meios indispensáveis à plena prontidão em prol da Pátria.

A pertinácia, a fé na missão, o senso de cumprimento do dever e a firme liderança militar, em todos os escalões de comando, têm-nos impulsionado a superar obstáculos e desafios ante os quais tantos outros teriam capitulado.

Proliferam exemplos do esquecimento e do menosprezo a que me refiro.

Pergunto-lhe leitor: há quanto tempo a Força Aérea Brasileira tem esperado pela decisão de aquisição de aeronaves de caça compatíveis com sua nobre e inalienável responsabilidade?

Passaram-se já dezesseis anos de postergamento e, quando escrevo estas reflexões, vive-se o quinto mês do décimo sétimo ano de não-decisão.

E há quanto tempo a Marinha tem clamado por aeronaves que possam operar a partir do Navio Aeródromo São Paulo?

“O comandante é o responsável por tudo o que acontece e deixa de acontecer”, diz a sábia máxima militar.

O texto constitucional é esclarecedor em apontar o responsável pela penúria operacional imposta às Forças.

Lá se lê que “As Forças Armadas... sob autoridade suprema do Presidente da República...” e que “Compete privativamente ao Presidente da República:...

XIII - exercer o Comando Supremo das Forças Armadas...” .

Em prolongadas situações como as que temos enfrentado, ser Força Armada obriga homens e mulheres de armas, por um lado, a “multiplicar pães e peixes, a partir das migalhas recolhidas pelos discípulos”.

Sua liderança militar tem sido impecável e digna de encômios.

Por outro lado, obriga-os a meditar sobre o pensamento que me vem à memória:

“Se o general permanece em silêncio enquanto o governante leva a nação à guerra com meios insuficientes, assumirá a responsabilidade pelos riscos”;

“O general que fala bem alto sobre o preparo para a guerra, enquanto a nação está em paz, coloca em risco sua posição e seu status. Entretanto, o general que fala muito baixo coloca em risco a segurança de sua nação.”

Ser Força Armada é comprometer-se e ter convicção de que, para defesa da Pátria, faz-se mister empregar integral e energicamente seu poder de combate letal, derrotar o inimigo que atenta contra interesse vital da nacionalidade e, se for o caso, subjugar a força adversa desafiadora da lei e da ordem.

A derrota e a rendição incondicional serão impostas àquele que afrontar a própria existência da Nação, sua soberania, sua integridade, sua honra e seu patrimônio, material e imaterial, seus interesses vitais no mar, na terra e no ar, onde e quando se fizer necessário.

Trata-se de preservar tudo o que, na paz e na guerra, com suor, sangue, idealismo, trabalho e lágrimas, foi conquistado por sucessivas gerações da brava gente brasileira, nos últimos quinhentos e onze anos. Trata-se, em síntese, de nada ceder a quem não respire, transpire, ame e idolatre, apenas, o verde-amarelo-azul-e-branco.

Força Armada é instituição integrada por voluntários vocacionados, homens e mulheres de armas, que prometeram, solenemente, dedicar-se inteiramente ao serviço da Pátria, cuja honra, integridade e instituições defenderão com o sacrifício da própria vida.

Não encontro segmento humano que se lhes equipare em dedicação, sacrifício, honradez, senso do cumprimento do dever, probidade e determinação.

Marinheiros, soldados e aviadores estão prontos para morrer e, mais grave ainda, para matar pela Pátria, este pedaço de chão tão querido, a que chamamos Terra de Santa Cruz.

Em razão de sua retidão, postura e comportamento, gozam dos mais elevados índices de credibilidade junto à gente brasileira.

Orgulham-se do patamar conquistado e respondem com solidariedade, mão amiga e fraternidade àqueles que confiam nas Forças Armadas, malgrado as mentiras que se lhes lançam e o revanchismo que sofrem daqueles que, fantasiados de brasileiros, denotam ter perdido as noções básicas de Pátria, Nação e Brasil.

Ser Força Armada é não faltar a seus concidadãos, socorrendo-os sempre que outras instituições e agências governamentais mostram-se incapazes, insuficientes, omissas e/ou incompetentes para empreender o que delas se espera.

Como exemplos, podem-se lembrar: contagem de veículos em rodovias; vacinação de animais de pequeno porte; aplicação de produtos para erradicar insetos transmissores de doenças diversas; distribuição anual de água a populações atingidas pela seca; ações cívico-sociais e atendimento médico-odontológico a populações ribeirinhas e indígenas; presença das asas do Correio Aéreo Nacional em regiões nas quais o Estado se mantém levianamente ausente; ações contra o tráfico internacional de drogas, o contrabando e o descaminho, em águas interiores, regiões remotas e rotas aéreas clandestinas.

Até neste caso omitem-se aqueles a quem caberia exercer a autoridade do Estado e do Governo: quantas aeronaves são detectadas pela Força Aérea transportando criminosos, drogas e sabe Deus o que mais?

Em quantas dessas ocasiões o mandatário eleito autorizou que aeronaves de criminosos fossem abatidas?

Ser Força Armada é garantir a lei e a ordem (GLO), destinação constitucional histórica de nossas instituições castrenses.

Para atendê-la, são levadas a acompanhar ações, fracassos, incompetência e inação de governos estaduais que se omitem e/ou perdem a capacidade de cumprir com suas próprias responsabilidades, deixando de exercer a autoridade que lhes incumbe.

Tal tem ocorrido quando militares de forças auxiliares cruzam os braços, negam-se a cumprir com suas obrigações, maculam a hierarquia e a disciplina, enlameiam a história de suas próprias corporações e abandonam cidades e estados inteiros à mercê da criminalidade.

Em casos como estes, cometem, isto sim, crimes capitulados no Código Penal Militar.

Ser Força Armada é manifestar solidariedade, camaradagem, humanidade e identidade a seus compatriotas,quando chamadas ao exercício de atribuições subsidiárias.

Cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil são ditas atribuições subsidiárias gerais às quais cada Força Armada tem emprestado sua parcela de contribuição, pelo que têm sido louvadas, desde os governos da Revolução Democrática de 1964.

Despontaram o Projeto Rondon, as obras da Engenharia Militar e, à época, o País elevou-se ao patamar de oitava economia mundial.

É hora de destacar que, a par do orgulho de cooperar, na forma da lei, as atribuições em apreço devem ser realmente entendidas como subsidiárias, de forma a não desfigurar a essência da Força Armada nem desviar seus guerreiros da destinação maior de sua profissão: o combate, a batalha, a guerra.

Empregar, em defesa da Pátria, a belonave e o míssil, a baioneta e o fuzil, a granada e o canhão, o blindado e o combate corpo-a-corpo, o fogo e o golpe-de-mão, o bombardeiro e o interceptador, a tática e a estratégia, o torpedo e a faca de trincheira, eis o cerne da Força Armada.

Em hipótese alguma, devem seus combatentes apaixonar-se pelas atribuições subsidiárias, mas tratarem-nas com eficácia, competência e em sua justa medida, nada mais.

Ser Força Armada significa adotar voluntariamente códigos de conduta ímpares, abraçar os valores militares e seguir as lições dos velhos comandantes:

“Sustentar o fogo que a vitória é nossa”;

“Sigam-me os que forem brasileiros”;

“É fácil comandar homens livres, basta mostrar-lhes o caminho do dever!”;

“Eles que venham, por aqui não passarão!”;

“Se queres a paz, prepara-te para a guerra!”;

”Lembrai-vos da guerra!”;

“Ad sumus!”;

“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!”

Marinheiros, soldados e aviadores, da ativa e da reserva, avante!

Marchemos coesos, unidos e com destemor sendo Força Armada.

“Brasil, acima de tudo!”




O general Paulo Cesar de Castro é professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Notícias de Jornal Velho: algumas coisas que muitos não sabem

O Mídia Sem Máscara republica hoje artigo de Carlos Azambuja que apresenta uma série de fatos fundamentais sobre a história do terrorismo comunista no Brasil. Diante da absurda criação da comissão da “verdade” revolucionária do PT e seus compadres, nada disso pode ser esquecido.


VOCÊ SABIA?

- Que no governo João Goulart algumas organizações de esquerda condenavam a luta pela reforma agrária, porque seu triunfo daria origem a um campesinato conservador e anti-socialista? Isso está escrito na página 40 do livro “Combate nas Trevas”, de Jacob Gorender, que foi dirigente do PCB e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, em 1967.

- Que no governo João Goulart já existiam campos de treinamento de guerrilha no Brasil? Em 4 de dezembro de 1962, o jornal ”O Estado de São Paulo” noticiou a prisão de diversos membros das famosas Ligas Camponesas, fundadas por Francisco Julião, num campo de treinamento de guerrilhas, em Dianópolis, Goiás.

- Que afora o PCB, por seu apego ao ortodoxo “caminho pacífico” para a tomada do poder, foram os trotskistas o único segmento da esquerda brasileira que não pegou em armas nos anos 60 e 70?

- Que o primeiro grupo de 10 membros do Partido Comunista do Brasil - então partidário da chamada linha chinesa de “guerra popular prolongada” para a tomada do poder - viajou para a China ainda no governo João Goulart, em 29 de março de 1964, a fim de receber treinamento na Academia Militar de Pequim? E que até 1966 mais duas turmas foram a Pequim com o mesmo objetivo? (livro “Combate nas Trevas”, de Jacob Gorender).

- Que no regresso da China, esses militantes, e outros, foram mandados, a partir de 1966, para a selva amazônica a fim de criar o embrião da “guerra popular prolongada” que resultou naquilo que ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia, somente descoberto pelas Forças Armadas em abril de 1972, graças à prisão de um casal, no Ceará, que havia abandonado a área, desertando?

- Que mais da metade dos cerca de 60 jovens que morreram no Araguaia, para onde foram mandados pela direção do PC do B, eram estudantes universitários, secundaristas ou recém-formados, segundo as profissões descritas na Lei que, em 1995, constituiu a Comissão de Desaparecidos Políticos?

- Que a expressão “socialismo democrático” - hoje largamente utilizada por alguns partidos e candidatos - induz a um duplo erro: o de apontar no rumo de um hipotético socialismo que prescindirá do Estado da Ditadura do Proletariado, acontecimento nunca visto no mundo, e o de introduzir a idéia de que o Estado mais democrático que o mundo já conheceu, o Estado Proletário não é democrático? (livro “História da Ação Popular”, página 63, de autoria dos atuais dirigentes do Partido Comunista do Brasil, Aldo Arantes e Haroldo Rodrigues Lima).

- Que no início de 1964, antes da Revolução de Março, Herbert José de Souza, o “Betinho” já pertencia à Coordenação Nacional da Ação Popular? (livro “No Fio da Navalha”, do próprio “Betinho”, páginas 41 e 42).

- Que em 31 de março de 1964, quando da Revolução, “Betinho” era o coordenador da assessoria do Ministro da Educação, Paulo de Tarso, em Brasília? (livro “No Fio da Navalha”, páginas 46 e 47).

- Que pouco tempo antes da Revolução de Março de 1964, o coordenador nacional do “Grupo dos Onze”, constituídos por Leonel Brizola, era “Betinho”, designado pelo próprio Brizola? (livro “No Fio da Navalha”, páginas 49 a 51).

- Que em março de 1964 o esquema armado de João Goulart “era uma piada”; e que “o comandante Aragão, comandante dos Fuzileiros Navais, era um alucinado e eu nunca vi figura como aquela”? (livro “No Fio da Navalha”, página 51).

- Que já em 1935 Luiz Carlos Prestes, o “Cavaleiro da Esperança”, era um assalariado do Komintern (3ª Internacional)? Isso está escrito e comprovado no livro “Camaradas”, do jornalista William Waak, que teve acesso aos arquivos da 3ª Internacional, em Moscou, após o desmanche do comunismo.

- Que Luiz Carlos Prestes foi Secretário-Geral do Partido Comunista Brasileiro por 37 anos, ou seja, até maio de 1980, uma vez que foi eleito em setembro de 1943, quando ainda cumpria pena por sua atuação na Intentona Comunista? (livro “Giocondo Dias, uma Vida na Clandestinidade”, de Ivan Alves Filho, cujo pai, Ivan Alves, pertenceu ao partido).

- Que 4 ex-militares dirigiram o PCB desde antes de 1943 até 1992: Miranda, Prestes, Giocondo Dias e Salomão Malina? Ou seja, dirigiram - ou melhor, comandaram - o PCB por cerca de 50 anos?

- Que após o desmantelamento do socialismo real, que começou pela queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, foi considerado que “o marxismo-leninismo deixou de ser uma ferramenta de transformação da História para tornar-se uma espécie de religião secularizada, defendida em sua ortodoxia pelos sacerdotes das escolas do partido”? (livro “Nos Bastidores do Socialismo”, de autoria de Frei Betto).

- Uma frase altamente edificante: “Quero deixar claro que admito a pena de morte em uma única exceção: no decorrer da guerra de guerrilhas”. Seu autor? Frei Betto, em seu livro “Nos Bastidores do Socialismo”, página 404.

- Que em fins de agosto de 1995 - 16 anos após a anistia - o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto, logo transformado em lei, dispondo sobre “o reconhecimento das pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979”?

- Que esse projeto definiu que deveria ser criada uma Comissão Especial, composta por 7 membros, com a atribuição de proceder ao reconhecimento de pessoas que tenham falecido de causas não naturais “em dependências policiais ou assemelhadas”?

- Que da relação de pessoas desaparecidas que acompanhou o projeto constavam os nomes de 136 militantes da esquerda considerados desaparecidos políticos que, por opção própria, pegaram em armas para instalar em nosso país uma República Democrática Popular semelhante àquelas que o povo, nas ruas do Leste Europeu, derrubou, nos anos de 1989 e 1990?

- Que entre esses nomes, estavam os de 59 guerrilheiros desaparecidos no Araguaia, quando tentavam implantar o embrião do modelo chinês de “guerra popular prolongada”?

- Que as famílias de todos esses guerrilheiros do Araguaia já foram indenizados com quantias que variam de 100 mil a 150 mil reais?

- Que, por conseguinte, à vista do que está escrito na lei, para que essa indenização fosse concedida, a área de selva de cerca de 7 mil quilômetros quadrados em que a guerrilha se instalou, foi considerada uma “dependência policial ou assemelhada”?

- Que duas senhoras, integrantes da Comissão que representam as famílias dos desaparecidos, Iara Xavier Pereira e Suzana Kiniger (ou Suzana Lisboa) foram militantes da ALN e receberam treinamento militar em Cuba?

- Que Iara Xavier Pereira participou de diversas “ações” armadas, conforme ela própria revela, na página 297, do livro “Mulheres que Foram à Luta Armada”, de autoria de Luiz Maklouf?

- Que essas senhoras ou suas famílias foram indenizadas pela morte de 4 pessoas? Iuri Xavier Pereira, Alex de Paula Xavier Pereira e Arnaldo Cardoso Rocha (todos membros do Grupo Tático Armado da ALN, com treinamento militar em Cuba, mortos nas ruas de São Paulo em tiroteio com a polícia), irmãos e marido de Iara Xavier Pereira, que também recebeu treinamento militar em Cuba, e Luiz Eurico Tejera Lisboa (treinado em Cuba), marido de Suzana Lisboa, que com ele também recebeu treinamento na paradisíaca “ilha da liberdade”? Que, no total, 600.000 mil reais, foi quanto os contribuintes pagaram a essas duas senhoras?

- Que a mídia, a famosa mídia que faz a cabeça das pessoas, jovens e adultos, nunca registrou esse “pequeno trecho” altamente edificante da História recente de nosso país?

Mas, há mais, muito mais! VOCÊ SABIA que o guerrilheiro do Araguaia, Rosalino Cruz Souza, conhecido na guerrilha como “Mundico”, incluído na relação de “desaparecidos políticos”, sabidamente “justiçado”, no Araguaia, pela também guerrilheira “Dina” (Dinalva Conceição Teixeira) - cujos familiares foram também indenizados - teve sua família indenizada? Não pelo Partido que o mandou para lá e o matou, mas por nós, contribuintes?

VOCÊ SABIA que a família do coronel aviador Alfeu Alcântara Monteiro, morto em 2 de abril de 1964 - cuja esposa, desde sua morte, recebe pensão militar - foi também aquinhoada com os tais 150 mil reais, com o voto favorável do general que, na Comissão, representava as Forças Armadas? Que, depois, esse mesmo general, em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, buscando justificar seu voto, disse que no processo organizado pela Comissão constava que o coronel havia sido morto com “19 tiros pelas costas”? E, diz o general: “depois vim a saber que ele foi morto com um único tiro”.

Caso o ilustre general, que também é advogado, antes de dar seu voto, tivesse consultado o Inquérito Policial Militar instaurado na época, para apurar o fato, arquivado no STM como todos os demais inquéritos, teria constatado a versão real: dia 2 de abril de 1964, o brigadeiro Nelson Freire Lavanère Wanderley deveria receber o comando da então Quinta Zona Aérea, em Porto Alegre, do mais antigo oficial presente que era o coronel Alfeu Alcântara Monteiro, reconhecidamente janguista. O coronel recusou-se a transmitir o comando e reagiu, atirando e ferindo o brigadeiro Wanderley, sendo morto com um tiro de pistola 45 pelo também coronel-aviador Roberto Hipólito da Costa, que acompanhava o brigadeiro. Ou seja, o coronel Hipólito matou em legítima defesa de outrém, conforme concluiu o Inquérito, sendo absolvido pela Justiça Militar.

- Que Carlos Marighela, morto nas ruas de São Paulo, delatado voluntária ou involuntariamente por seus companheiros do Convento dos Dominicanos, e Carlos Lamarca, morto no sertão da Bahia, tiveram seus familiares indenizados, embora a esposa de Carlos Lamarca já recebesse pensão militar? Ou seja, as ruas de São Paulo e o sertão baiano foram considerados, também, pela Comissão, “dependências policiais ou assemelhadas”.

Mas não terminou; eles querem mais, muito mais. VOCÊ SABIA que membros da Comissão pensaram reivindicar a promoção de Lamarca a general?

VOCÊ SABIA que o atual Ministro da Justiça também propôs a promoção de Apolônio de Carvalho (um ex-militar expulso do Exército em 1935 e posteriormente fundador e militante do PCBR e, posteriormente banido do país em troca de um embaixador seqüestrado) a general?

- Que amplos setores da mídia e toda a esquerda vêm difundindo por todos esses anos a versão de que “a resistência armada” à “ditadura” no Brasil dos anos 60, foi uma resposta ao Ato Institucional nº 5, que “fechou” o regime?

- Que isso não é verdade, pois o Ato Institucional nº 5, que teria “fechado” o regime, foi assinado em 13 de dezembro de 1968?

- Que, antes disso, a esquerda armada já havia atirado uma bomba no Aeroporto dos Guararapes, em 25 de julho de 1966, matando um jornalista e um Almirante e ferindo um General?

- Que já havia atirado um carro-bomba contra o Quartel-General do II Exército, em São Paulo, matando o soldado sentinela Mario Kosel Filho, em 26 de junho de 1968?

- Que já havia assassinado, ao sair de casa, na frente de seus filhos, o Capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, tachado nos panfletos deixados sobre seu corpo, de “agente da CIA” ?

- Que um dos assassinos - um sargento expulso da Polícia Militar de São Paulo pela Revolução de 1964 - várias vezes entrevistado, vive hoje, tranqüilamente, em São José dos Campos, após ter sido anistiado pela ditadura militar “fascista”, indenizado e reintegrado à PM, como reformado?

- Que em 1968, antes, também, do Ato Institucional nº 5, o Major do Exército da Alemanha Edward Von Westernhagen, que cursava a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, foi morto na rua por um grupo do Comando de Libertação Nacional (COLINA), constituído por dois ex-sargentos, um da Aeronáutica e outro da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sendo o crime, na época, atribuído a marginais?

- Que ele foi morto por ter sido confundido com o capitão do Exército boliviano Gary Prado, que participou da caçada a Che Guevara, no ano anterior, em seu país, e que, por isso, deveria ser “justiçado”, que também cursava a Escola de Comando e Estado-Maior? (livros “A Esquerda Armada no Brasil”, e “Memórias do Esquecimento”, de Flávio Tavares).

- Que antes do Ato Institucional nº 5, guerrilheiros do PC do B chegados da China em 1966 já se encontravam no Brasil Central preparando a Guerrilha do Araguaia?

- Que era essa a tática utilizada pela esquerda armada para instalar no Brasil um pleonasmo (uma República Popular Democrática): matar, matar e matar?

- Que a alucinada esquerda armada não matava apenas seus “inimigos”, mas também os amigos e companheiros?

Veja a relação dos companheiros assassinados, a título de “justiçamento”, sob a alegação de que sabiam demais, demonstravam desejo de pensar com suas próprias cabeças e que, por isso, representavam um perigo em potencial. Não que tenham traído, mas porque poderiam (futuro do pretérito) trair:

- Márcio Leite Toledo (ALN) em 23 de março de 1971;

- Carlos Alberto Maciel Cardoso (ALN) em 13 de novembro de 1971;

- Francisco Jacques Alvarenga (RAN-Resistência Armada Nacionalista) em 28 de junho de 1973;

- Salatiel Teixeira Rolins (PCBR) em 22 de julho de 1973;

- Rosalino Cruz - “Mundico”, na Guerrilha do Araguaia;

- Amaro Luiz de Carvalho – “Capivara” (PCR), em 22 de agosto de 1971, dentro de uma Penitenciária, em Pernambuco;

- Antonio Lourenço (Ação Popular), em fevereiro de 1971, em Pindaré-Mirim/MA;

- Geraldo Ferreira Damasceno (Dissidência da Var-Palmares) em 19 de maio de 1970, no Rio de Janeiro;

- Ari da Rocha Miranda (ALN), em 11 de junho de 1970, em São Paulo.

- Que o militante da Resistência Armada Nacionalista, Francisco Jacques Alvarenga, “justiçado” dentro do Colégio em que era professor, no Rio de Janeiro, por um Comando da ALN, teve seus passos previamente levantados por Maria do Amparo Almeida Araújo, também militante da ALN?

- Que foi ela própria quem revelou esse detalhe no livro “Mulheres que Foram à Luta Armada”, de Luiz Maklouf ?

- Que Maria do Amparo Almeida Araújo é atualmente a presidente do “Grupo Tortura Nunca Mais” de Pernambuco, entidade criada para denunciar as torturas e assassinatos da chamada “repressão”?

- Finalmente, leiam este trecho, altamente significativo, considerando a identidade de seu autor: “No curso de Estado-Maior, em Cuba, esmiuço a história da revolução cubana e constato evidentes contradições entre o real e a versão divulgada pela América Latina afora (...) Muitas ilusões foram estimuladas em nossa juventude pelo mito do punhado de barbudos que, graças ao domínio das táticas guerrilheiras e à vontade inquebrantável de seus líderes, tomou o poder numa ilha localizada a 90 milhas de distância de Miami. Balelas, falsificações (...) O poder socialista instituiu a censura, impediu a livre circulação de idéias e impôs a versão oficial. Os textos encontrados sobre a revolução cubana são meros panfletos de propaganda ou relatos factuais, carentes de honestidade e aprofundamento teórico (...) O Partido Comunista é o único permitido, e em seus postos importantes reinam os combatentes de Sierra Maestra ou gente de sua confiança, em detrimento dos quadros oriundos do movimento operário (...) Os contatos com as organizações de luta armada (de toda a América Latina) são feitos através do S2 (Inteligência), conseqüência das deturpações do regime. A revolução na América Latina não seria uma questão política e sim, usando as palavras do caricato Totem, “de mandar bala”. Nos relacionamos com os agentes secretos, que tentam influenciar na escolha de nossos comandantes, fortalecem uns companheiros em detrimento de outros, isolam alguns para criar uma situação de dependência psicológica que facilite a aproximação, influência e recrutamento; alimentam melhor os que aderem à sua linha e fornecem informações da nossa Organização, concedem status que vão desde a localização e qualidade da moradia à presença em palanques nos atos oficiais; não respeitam nossas questões políticas e desconsideram nosso direito à auto-determinação”.

Totem, acima mencionado, é o general Arnaldo Ochoa, comandante do Exército em Havana, no início dos anos 70, fuzilado nos anos 80, sob a acusação de ser narcotraficante.

O que acima foi transcrito está nas páginas 178 a 181 do livro “Nas Trilhas da ALN”, de autoria de Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (“Clemente”), o último dos “comandantes” da Ação Libertadora Nacional que recebeu treinamento militar em Cuba. “Clemente” foi autor de vários assaltos a bancos, estabelecimentos comerciais, assassinatos e “justiçamentos” - ou planejamento deles - como o do seu próprio companheiro Márcio Leite Toledo e do presidente da Ultragaz em São Paulo, Henning Albert Boilesen, em 15 de abril de 1971.

Ao concluir o curso em Cuba, nos idos de 1973, “Clemente” foi viver em Paris, somente regressando ao Brasil após ter sido um dos anistiados pelo presidente Figueiredo, derrubando outro mito até hoje difundido pelas esquerdas de todos os matizes: o de que a Anistia não foi Ampla, Geral e Irrestrita Hoje, vive no Rio de Janeiro. Dá aulas de violão para crianças e participa de eventos culturais organizados pelo Movimento dos Sem-Terra.

Carlos I. S. Azambuja é historiador.

Publicado no Mídia Sem Máscara em 7 de julho de 2005.